Porto Alegre, 6 de janeiro de 2021 – O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, questionou o setor agrícola, que ontem decidiu interromper a comercialização de grãos por 72 horas a partir da próxima segunda-feira, em reivindicação contra a decisão do governo de suspender temporariamente as exportações de milho. As informações partem da Agência CMA Latam.
“Falo em governar um país em uma pandemia e eles me respondem como se fosse governar um país normalmente e isso não é normal. Eu tenho que cuidar do bolso das pessoas, porque as pessoas estão numa situação muito delicada, muito delicada. Eu não posso continuar trabalhando com a lógica de uma economia normal, porque não estou em uma economia normal “, disse Fernández em declarações à Rádio Con Vos. As informações partem da Agência CMA Latam.
“O mundo exige alimentos e os preços sobem. Mas os produtores argentinos produzem em pesos argentinos. E por anos eles não tiveram aumentos de luz, gás. Além disso, eles tiveram baixos aumentos de combustível, eles tiveram a ajuda da ATP. Eu entendo que o milho subiu muito e é uma ótima oportunidade para exportar. Não entendo porque os argentinos têm de ser cobrados pelo milho igual como cobram de outro que quer comprar em outra parte do mundo. Por que tem de me fazer pagar o preço que o mundo paga?”, comentou.
Fernández afirmou que sua proposta se baseia no “princípio da solidariedade ”, pelo que disse:“ Garantam aos argentinos o que eles consomem e cobrem o correspondem ao mercado argentino. O resto exporta tudo o que querem, ao preço que eles querem. Isso é o que acontece com o trigo,milho, girassol, óleo, carne. É uma discussão que estamos dando “.
“A Mesa de Enlace” decidiu ontem realizar uma interrupção na comercialização a partir da próxima segunda-feira, 11 de janeiro, a partir da meia-noite.
A medida é uma manifestação contra a decisão do Governo de suspender temporariamente as exportações de milho. No entanto, a Confederação Intercooperativa Agropecuaria (Coninagro), uma das entidades que compõem a comissão, não vai aderir à greve.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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