Porto Alegre, 26 de novembro de 2021 – O mercado brasileiro de algodão teve uma semana de calmaria em termos de negócios. A pouca oferta de lotes de qualidade prejudicou a movimentação, destacam os analistas de SAFRAS & Mercado. “A proximidade do mês de dezembro vem pressionando o mercado e diminuindo o ritmo de comercialização. Por outro lado, os preços seguem firmes, o que deixa indústria mais cautelosa e que vem para o mercado apenas para repor estoque”, explicam.
Na parte final da semana, sem a referência na bolsa nova-iorquina, o mercado doméstico teve ainda menos liquidez. No final da quinta, 25, a base do CIF do polo industrial paulista ficou indicada a R$ 6,20/lb, recuo de -0,48%. No mesmo período do mês anterior teve uma alta de 4,20% e na comparação com o ano passado teve uma alta de 60,62%.
No FOB exportação do porto de Santos/SP, a fibra teve um avanço de 0,7%, cotada a 109,01 cents/lb. A pluma brasileira contra o contrato mar/22 negociado na Ice Futures US, ficou negociada a -9,4% inferior, contra -9,5% inferior do dia anterior. Se comparada a uma semana atrás a pluma estava com indicação de 9,30% inferior, enquanto no mês anterior a indicação era de 3,3% inferior.
O prêmio do produto brasileiro no porto de Santos continua negativo, encerrando a quinta-feira (25) a -6,77 cents de dólar por libra-peso (c/lb), oscilando em -11,16 c/lb em relação à semana anterior. Enquanto ao mês anterior ficou em -3,90 c/lb e no ano passado a -0,06 c/lb.
Plantio
A projeção de semeadura do algodão prevê que grande parte das áreas serão plantadas dentro da janela ideal em Mato Grosso. O adiantamento na semeadura da soja (safra 21/22) tende a favorecer a janela de cultivo do algodão 2a safra – considerada até 31/01, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Diante do atual cenário, a projeção da curva de semeadura da fibra revela que mais de 82% das áreas previstas poderão ser semeadas até o fim de
janeiro. Com o maior percentual de área cultivada dentro do período ideal, o risco com a perda da produtividade esperada diminui, como foi visto nas safras 18/19 e 19/20, que apresentaram os maiores rendimentos.
Por esses motivos, o cotonicultor está otimista quanto à próxima safra de algodão e com o preço da pluma futura atrativo, a decisão de semear a fibra está mais favorável. Por outro lado, a concorrência por área na “safrinha”, devido à valorização do milho, ainda pode ser um fator de peso na decisão do produtor em semear algodão em algumas regiões, o que será melhor avaliado nas próximas estimativas da safra 21/22.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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