Porto Alegre, 14 de novembro de 2024 – A semana do mercado brasileiro de feijão foi marcada pela tentativa de elevação dos preços do carioca. No entando, a fraqueza da demanda impediu o movimento ao longo dos dias.
“Os corretores buscaram aumentar os valores, impulsionados pelas chuvas em São Paulo, a única colheita em andamento, porém, o consumo retraído e o fraco escoamento de fardos, especialmente no varejo, limitaram as vendas”, explicou o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Oliveira destacou a negociação de uma única carga de feijão extra (padrão 9,5 EL) a R$ 290,00 por saca, enquanto feijões de padrão 9 tiveram uma oferta significativa, com 10 cargas, das quais 3 foram vendidas a R$ 275,00 por saca. “A maioria das ofertas na semana veio de Minas Gerais, que garantiu melhor qualidade em comparação com os lotes paulistas, gerando cautela nos compradores”, disse.
Conforme o analista, a falta de apetite dos compradores atacadistas, agravada pela proximidade do feriado, paralisou as transações no meio da semana, com preços permanecendo nominais. A baixa movimentação reforçou o ambiente de incerteza.
“As dúvidas giravam em torno de flexibilizar ainda mais os preços para atrair demanda ou armazenar os estoques até depois do feriado, potencialmente gerando maiores pressões nas próximas semanas. Esta última opção pode gerar acúmulo de produto e intensificar a pressão sobre os preços, principalmente diante de lotes de qualidade inferior provenientes do sudoeste de São Paulo”, afirmou.
Feijão preto
De acordo com Oliveira, no cenário do feijão preto, a semana começou com grãos tipo extra e especial ofertados entre R$ 270,00 e R$ 300,00 por saca, faixa que atraiu certa demanda até o momento. “Padrões inferiores, com defeitos, foram negociados entre R$ 240,00 e R$ 260,00. Apesar da expectativa de melhores negócios à medida que a semana avança, motivada por preços mais competitivos, a movimentação permanece limitada”, relatou.
O analista enfatizou que tentativa de importadores de elevar as cotações, impulsionada pela forte valorização do dólar, também não obteve sucesso, mantendo os preços estagnados. A competição entre as duas variedades tem limitado as transações, mas a diferença entre os preços tem reduzido e tal fator pode contribuir para uma melhora na busca pelo feijão preto.
Segundo Oliveira, ao encerrar a semana, o mercado seguiu o padrão de baixa movimentação, com produtores concentrados nas atividades agrícolas. Apesar da limitação nas transações, a expectativa para a safra 2024/25 é positiva. “O Paraná, com uma das maiores áreas plantadas dos últimos anos e estimativas iniciais de custo de produção próximas a R$ 190,00 por saca, pode colher rendimentos acima de 2.000 quilos por hectare, o que reduziria significativamente tais custos, aliviando um dos principais desafios da cultura do feijão”, completou.
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Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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