Porto Alegre, 17 de abril de 2025 – A movimentação no mercado de feijão carioca foi quase nula nesta semana, com demanda em retração e colheita da segunda safra avançando. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveria, compradores se mostraram seletivos e focados em volumes adquiridos previamente. Os preços variaram: grãos de boa qualidade, como nota 8,5, foram indicados até R$ 260/sc CIF SP, enquanto cultivares como Estilo e IAC ficaram em torno de R$ 240/sc.
“Grãos de qualidade inferior tiveram preços nominais, sem negócios confirmados. A aproximação do feriado prolongado reduziu a liquidez do mercado, com exceção de um embarque de feijão extra a R$ 305/sc CIF SP, sem continuidade nas negociações”, relatou o analista.
De acordo com Oliveira, nas regiões produtoras, os preços oscilaram: R$ 260–265/sc FOB no Noroeste de Minas, R$ 245–250/sc no Leste Goiano, R$ 265–270/sc em Itapeva (SP) e R$ 275–280/sc no sul do Paraná. A retração do varejo antes da Sexta-Feira Santa reforçou a espera do mercado, com foco no armazenamento.
“A combinação de oferta controlada e demanda fraca manteve os preços estáveis, mas sob pressão. A colheita da segunda safra pode pressionar os preços nas próximas semanas, especialmente se a demanda pós-feriado for fraca”, afirmou.
Feijão preto
Já o mercado de feijão preto, conforme o analista, também teve uma semana travada, com baixa liquidez e forte cautela entre os agentes, diante da indefinição sobre safra e demanda. “Apesar da lentidão, os preços mostraram maior sustentação em comparação ao carioca, devido à oferta ajustada e à postura firme de produtores com lotes armazenados”, disse.
Oliveira destacou que a maior movimentação envolveu grãos de qualidade inferior, com alguma flexibilidade nos preços. Já os lotes superiores foram retidos, especialmente por quem tem estrutura de câmara fria. As negociações seguiram limitadas ao longo da semana. Em Curitiba, o Tipo 1 foi indicado entre R$ 150 e R$ 160/sc FOB, enquanto grãos intermediários no sul do Paraná variaram de R$ 145 a R$ 150/sc.
“Compradores testaram o mercado com cautela, e empacotadores seguiram ausentes. A falta de urgência compradora manteve os preços nominais. Mesmo com redução de 20% na área plantada da safra por conta de uma seca, a boa produtividade esperada pode levar a uma oferta robusta, acima de 450 mil toneladas, o que pode pressionar os preços”, apontou.
Na véspera do feriado, o viés de baixa se acentuou, com rumores de vendas a R$ 180–190/sc posto SP por grandes empresas. No Paraná, a disparidade entre regiões e a falta de referência dificultam a formação de preços. Os primeiros volumes da segunda safra saem com cotações entre R$ 140 e R$ 160/sc FOB para grãos intermediários.
Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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