Porto Alegre, 06 de novembro de 2020 – O Brasil manteve um forte fluxo de embarques de café ao longo do mês de outubro. Além de contar com a oferta de uma safra recorde em 2020, o país segue com a competitividade garantida por um dólar em patamares relativamente elevados.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) ,as exportações brasileiras de café em grão em outubro chegaram a 3.756.307 sacas de 60 quilos no acumulado fechado do mês, com 22 dias úteis computados (média diária de 187.815 sacas), com receita chegando a US$ 463,659 milhões (média diária de US$ 23,183 milhões), e preço médio de US$ 123,43 por saca.
A receita média diária obtida com as exportações de café em grão em outubro foi 28,47% maior no comparativo com a média diária de outubro de 2019, que fora de US$ 18,046 milhões. Já o volume médio diário embarcado foi 24,29% maior que o de outubro de 2019, que tinha o registro de 151.117 sacas diárias de média.
Como destaca o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o Brasil, que já havia embarcado perto de 4 milhões de sacas em setembro, somando os embarques de café verde (3,76 milhões de sacas) aos de solúvel deve facilmente ultrapassar as 4 milhões de sacas exportadas. “E a projeção das tradings é que o fluxo vai seguir bastante acelerado nos próximos meses do ano, o que ajuda a manter o mercado mundial abastecido e o comprador na defensiva”, comenta. É uma das razões importantes para o mercado ter dificuldades de avanços nas cotações nas bolsas no curto a médio prazo.
OIC
A produção global de café no ano-safra 2019/20 (outubro-setembro) totalizou 168,836 milhões de sacas, queda de 2,5% na comparação com 2018/19 (173,088 milhões de sacas), disse a Organização Internacional do Café nesta terça-feira em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado. Assim, a OIC reduziu sua projeção, já que em outubro havia estimado a produção mundial de café em 169,344 milhões de sacas.
A produção mundial de café arábica atingiu 96,054 milhões de sacas em 2019/20 (-5%). Por outro lado, a safra de robusta aumentou 1,1%, totalizando
72,783 milhões de sacas.
Já o consumo global de café em 2019/20, segundo OIC, atingiu 167,592 milhões de sacas, com queda anual de 0,5% (169,113 milhões de sacas em 2018/19), e abaixo das 167,807 milhões de sacas apontadas em outubro.
Com isso, o mercado global de café teve superávit entre a oferta e a demanda na ordem de 1,244 milhão de sacas em 2019/20, após um excedente de 3,974 milhões de sacas observado em 2018/19. Em outubro, a OIC projetava um superávit de 1,538 milhão de sacas para 2019/20.
Conforme a OIC, a queda na produção global de café foi determinada principalmente pela menor safra no Brasil, em ano de ciclo baixo na produção de café arábica (colhida em 2019). Adicionalmente, os preços baixos e os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a oferta de mão-de-obra também contribuíram para uma produção menor.
Em relação ao consumo, a queda nos índices econômicos globais e uma limitada recuperação na demanda de café “fora do lar”, em um momento no qual medidas de isolamento social persistem em diversos países, afetaram a demanda.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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