Exportações de arroz podem dar suporte aos preços domésticos

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     Porto Alegre, 15 de outubro de 2021 – As exportações brasileiras de arroz ganharam ritmo nos últimos meses e podem dar suporte aos preços na reta final da temporada. A avaliação é do analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.

     Entre março e setembro de 2020, o Brasil havia exportado cerca de 1,390 milhão de toneladas de arroz (base casca) e importado cerca de 750 mil toneladas. “Ou seja, exportamos mais que o dobro do que havíamos importado e tínhamos uma balança comercial positiva em 791 mil toneladas”, lembra.

     Conforme Viana, isso ocorreu devido à grande alta do dólar frente ao real no período (o que torna o produto brasileiro mais barato no exterior), à retração das exportações dos principais players asiáticos (políticas de segurança alimentar e problemas logísticos) e à uma paridade de exportação muito positiva para vendedores brasileiros.

     Na temporada atual (2021/22), além de uma safra maior colhida no início do ano, os fatores positivos da temporada passada se inverteram. “A demanda doméstica é muito menor, o dólar trabalhou abaixo dos R$ 5,50 na maior parte do ano e tivemos a volta dos países grandes exportadores de arroz ao mercado global”, enumera o analista.

     Desta forma, de março até setembro (último levantamento do Secex), o volume exportado foi próximo das 715 mil toneladas (base casca). A importação no período foi 620 mil toneladas. “Ou seja, exportamos apenas 95 mil toneladas a mais do que importamos nesta temporada”, pondera Viana.

     “Para os próximos meses, porém, temos um cenário otimista pela frente”, frisa o analista. “A paridade de exportação voltou a subir, levando consigo um aumento das exportações nos últimos dois meses, ajudando a enxugar a oferta doméstica”, relata. Este movimento deve trazer suporte aos preços nos próximos meses desta temporada. “Porém, não devemos contar com grandes avanços. O mercado dificilmente trabalhará acima dos R$ 80,00 por saca de 50 quilos ainda nesta temporada, sem que tenhamos grande elevação do dólar frente ao real”, finaliza.

     Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS

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