Porto Alegre, 12 de maio de 2020 – O Brasil exportou em abril deste ano 3,3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, registrando um aumento de 2,5% em relação ao volume exportado em abril de 2019. A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 442,1 milhões, aumento de 9% em relação a abril de 2019. Já o preço médio da saca foi de US$ 132,02, alta de 6,4% na mesma comparação. Os dados são do relatório compilado pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), como divulgou a assessoria da entidade.
Com relação às variedades embarcadas no mês passado, o café conilon (robusta) apresentou um relevante aumento nas exportações, de 30,3% em relação a abril de 2019, com 313,1 mil sacas exportadas (9,4% da participação das exportações por variedade). Já o café arábica representou 79,9% do volume total de café exportado no mês, com 2,7 milhões de sacas embarcadas, enquanto que o café solúvel representou 10,7% dos embarques, com a exportação de 357,3 mil sacas.
“Os dados de exportação de café referentes a abril/2020 foram uma surpresa positiva, trazendo um resultado de embarques superior ao esperado para o período. Historicamente, pela primeira vez os estoques foram praticamente exauridos durante a entressafra, marcando de forma inédita a passagem de um ano safra para o outro, quase sem estoques. Com isto, o Brasil terá que contar com a safra 2020/21 que está sendo colhida, dos cafés conilons em Espírito Santo, Rondônia e Bahia e do arábica, que tem início agora em todos os estados produtores, incluindo Minas Gerais e São Paulo. Isso comprova mais uma vez a eficiência da cadeia do agronegócio brasileiro e em especial do café. O Brasil ficou muito competitivo e mantém seus investimentos nas operações de forma sustentável. Toda a cadeia segue empenhada e se esforçando para que o café chegue ao consumidor com segurança e seguindo rigorosamente as orientações de cuidados e prevenção da OMS, Ministério da Saúde e entidades de saúde estaduais e municipais”, declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Ano Civil
De janeiro a abril de 2020, o Brasil exportou 13,3 milhões de sacas de café, com destaque para o crescimento de 27,2% nas exportações de café robusta (equivalente a um milhão de sacas) na comparação com o primeiro o mesmo período do ano passado. A receita cambial gerada pelas exportações no período foi de US$ 1,8 bilhão e o preço médio foi de US$ 134,82, registrando aumento de 4,2%.
Principais destinos
Nos primeiros quatro meses de 2020, o principal destino de café brasileiro segue sendo os Estados Unidos, que importaram 2,7 milhões de sacas no período (20,2% de participação no total das exportações). A Alemanha, segundo maior consumidor, importou 2,4 milhões (equivalente a 18,1% de participação nos embarques) e a Itália, terceiro maior consumidor, importou 1,2 milhão de sacas (9,1%). Na sequência, estão a Bélgica, com 767 mil sacas (5,8%); Japão, com 632,4 mil sacas (4,8%); Federação Russa, com 426,2 mil sacas (3,2%); Turquia, com 394,1 mil sacas (3%); Espanha, com 327,7 mil sacas (2,5%); Canadá, com 296,5 mil sacas (2,2%); e França, com 281,4 mil sacas (2,1%).
Entre os destinos listados, a Federação Russa e a Espanha se destacaram ao apresentar um crescimento significativo na compra de café brasileiro, se comparado ao mesmo período de 2019. Os aumentos foram de, respectivamente, 24,7% e 24%.
Entre os continentes e blocos destacam-se as exportações para os países da África, que registraram aumento de 40,2% (268,6 mil sacas), América do Norte, 10% (3,2 milhões de sacas), América Central, 21,3% (31,2 mil sacas), países do BRICS, 26,5% (576,6 mil sacas), Leste Europeu, 21,5% (668,5 mil sacas) e para os países produtores, 21,2% (618,1 mil sacas).
Apesar do cenário atual de pandemia, o Brasil registrou o incremento nos embarques para os seus principais mercados compradores, Europa e EUA, que representam juntos 77,5% das exportações e ampliou as suas vendas de café para mais 5 novos destinos (Rep.Democrática do Congo, Macau, Maurício, Ruanda e Uganda).
Cafés diferenciados
Nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil exportou 2,2 milhões de sacas de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) que representaram 16,5% do total embarcado no período. A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 382,3 milhões, correspondendo a 21,3% do total gerado com os valores da exportação de café no período. Já o preço médio da saca de cafés diferenciados ficou em US$ 174,04.
Os 10 maiores países importadores da modalidade representaram 78,6% dos embarques no período de janeiro a abril deste ano. Os Estados Unidos seguem sendo o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 425,1 mil sacas exportadas (equivalente a 19,4% de participação nas exportações da modalidade), seguido pela Alemanha, com 318,6 mil sacas (14,5%) e Bélgica, com 238 mil sacas (10,8%). Na sequência estão: Japão, com 211,7 mil (9,6%); Itália, com 180,8 mil (8,2%); Reino Unido, com 94,3 mil (4,3%); Espanha, com 80,3 mil sacas (3,7%); Suécia, com 62,7 mil sacas (2,9%); Finlândia, com 57,1 mil sacas (2,6%); e Países Baixos, com 56,9 mil sacas (2,6%).
Ano-Safra 2019/20
Nos dez meses do Ano-Safra 2019/20 (jul/19-abr/20), o Brasil exportou 33,6 milhões de sacas de café, com destaque para o crescimento de 20,3% nas exportações de café robusta na mesma base comparativa da safra anterior. A receita cambial com as exportações no período até agora foi de US$ 4,3 bilhões e o preço médio foi de US$ 129,13.
Portos
O Porto de Santos segue na liderança como via de escoamento do café neste ano, com 82,5% de participação (11 milhões de sacas embarcadas por ele). Os portos do Rio de Janeiro figuram o segundo lugar, com 11,3% de participação (1,5 milhão de sacas embarcadas por eles).
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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