Porto Alegre, 29 de maio de 2020 – O mercado brasileiro de carne suína vai fechando o mês de maio com uma recuperação em termos de demanda, principalmente no cenário externo. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o fluxo de negócios esteve mais firme na primeira quinzena do mês, puxado pelo Dia das Mães, mas, de modo geral, a melhora não foi a esperada pelo setor diante do aprofundamento da crise gerada pela pandemia de coronavírus.
Maia ressalta que o escoamento da carne no mercado doméstico continuou sofrendo com as medidas restritivas de mobilidade e de isolamento social. “Alguns estados do país deram início a um processo de reabertura da economia, com shoppings e restaurantes voltando às atividades. Contudo, o ritmo de demanda segue longe da plenitude, o que leva a crer que a retomada do consumo no país ocorrerá de maneira lenta. É importante destacar também que a renda da população se deteriorou com o aprofundamento da crise”, comenta.
Levantamento mensal de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil passou de R$ 3,82 para R$ 4,26, alta de 11,45%. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado subiu 1,37%, de R$ 8,32 para R$ 8,44. A carcaça registrou um valor médio de R$ 6,81, aumento de 7,81% ante os R$ 6,32 praticados no fechamento do mês de abril.
O ponto positivo ao longo de maio foi determinado pelas exportações, que se mostram muito aceleradas, puxadas pelas compras da China, fator que garante um ponto de sustentação aos preços. “Possivelmente os embarques deste mês serão recordes”, sinaliza Maia.
As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 166,554 milhões em maio (15 dias úteis), com média diária de US$ 11,103 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 69,181 mil toneladas, com média diária de 4,612 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.407,50.
Na comparação com maio de 2019, houve aumento de 81,44% no valor médio diário exportado, ganho de 71,39% na quantidade média diária e elevação de 6,44% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo subiu de R$ 79,00 para R$ 88,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 4,10. No interior do estado a cotação passou de R$ 3,60 para R$ 4,15.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração avançou de R$ 4,10 para R$ 4,20. No interior catarinense, a cotação passou de R$ 3,65 para R$ 4,30. No Paraná o quilo vivo aumentou de R$ 3,50 para R$ 4,10 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo subiu de R$ 3,80 para R$ 4,10.
No Mato Grosso do Sul a cotação na integração permaneceu em R$ 4,10, enquanto em Campo Grande o preço subiu de R$ 3,70 para R$ 4,10. Em Goiânia, o preço avançou de R$ 3,75 para R$ 4,70. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno aumentou de R$ 4,50 para R$ 5,05. No mercado independente mineiro, o preço passou de R$ 4,05 para R$ 4,95. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo na integração do estado avançou de R$ 3,70 para R$ 3,80. Já em Rondonópolis a cotação passou de R$ 3,40 para R$ 3,90.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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