Expectativa é que Brasil exporte 44,05 milhões de sacas de café em 2023/24 – SAFRAS Agri Week

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     Porto Alegre, 21 de setembro de 2023 – Nos últimos dois anos houve um aperto na oferta de café e daqui para frente está sendo projetado uma folga, com a produção crescendo mais que o consumo e gerando um superávit maior. A avaliação foi feita pelo analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach, durante a sexta edição do SAFRAS Agri Week.

     Esse avanço dá sustentação para o crescimento das exportações e para a recuperação dos estoques. E ele é direcionado principalmente para o café brasileiro. Ou seja, haverá mais café no mercado internacional, disse o analista.

     Em termos de consumo, de 2018/19 até agora, a Europa não rompeu a linha das 42 milhões de sacas, estando estagnada, o que gera preocupação. Por outro lado, o crescimento de consumo na China é positivo. A base é pequena, mas houve uma mudança de comportamento, saindo de 3 milhões para 5 milhões, um ritmo bem acima da média mundial, o que gera uma expectativa de médio e longo prazo mais concreta do que se tinha nos anos anteriores.

De olho no clima

     As poucas chuvas nas próximas semanas e temperaturas muito elevadas podem gerar estresse na planta. Com isso, o mercado vem se protegendo. Há um aumento de chuvas para outubro, novembro e dezembro, o que pode ser benéfico para as lavouras e quebrar o risco climático e depois chegar a um quadro de normalidade, que pode sustentar a visão que existe no mercado, que o Brasil vai emendar 2024 com uma safra cheia, como foi em 2023, reforçando o cenário de abastecimento mais tranquilo de café no mundo.

     Em relação à demanda, o analista disse que ela continua fraca, pois o cenário econômico é de pouca agressividade em relação a investimento, em perspectiva de consumo e formação de estoque. “Está muito caro formar estoque por causa dos juros”.

     A safra que acabamos de colher tem uma produção mais alta, com número de 66,65 milhões de sacas de 60 quilos em 2023/24, com o consumo relativamente estável de 21,50 milhões, ante 21,30 milhões em 2022/23 e superávit de 45,15 milhões em 2023/24, ante 37,60 milhões em 2022/23. A expectativa é que o Brasil exporte 44,05 milhões de sacas de 60 quilos em 2023/24. Esse é um cenário prévio em relação a produção e a perspectiva de exportação e recuperação dos estoques. Em linhas gerais, Barabach apontou que há mais café arábica e ele vai sair para exportação.

     De acordo com o consultor, o mercado desenha um novo intervalo de atuação, atento à volatilidade financeira, pois o dólar tem um peso grande em relação a flutuação dos preços. Essa volatilidade vai continuar mexendo no curto prazo em relação a preço de café e o foco é o ciclo de alta nos Estados Unidos.

     Outro fator é a China, pois é o maior consumidor de commodities, mesmo a China não sendo um grande consumidor de café, o país mexe com os preços das commodities, o que acaba interferindo nos preços do café.

2024

     Em linhas gerais, o mercado lá fora já precificou essa safra cheia do Brasil colhida esse ano e a cabeça está em 2024. Então cada vez mais, notícias de 2024 devem interferir nos preços. Por isso, o mercado está olhando agora para as floradas, chuvas, temperaturas, pegamento e desenvolvimento das lavouras em relação a perspectiva da próxima safra brasileira. Esses fatores irão interferir muito mais em relação a curva de preços em Nova York.

Dicas de comercialização

– Trabalhar menos exposto – aproveitando gradualmente repiques de preço;

– Exige esforço maior – fracionar lotes e presença mais frequente e;

– Postura mais cautelosa – proteger rentabilidade.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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