Porto Alegre, 7 de janeiro de 2022 – O mercado brasileiro de carne suína registrou um ambiente negativo para preços na primeira semana de negócios de 2022. Para o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os frigoríficos estão atuando de maneira retraída, avaliando que o escoamento da carne não mostra sinais de melhora até o momento.
Maia ressalta que o preço da carcaça segue patinando, sem espaço para qualquer recuperação. “Além disso, a oferta de suínos permanece elevada, fator que acaba pesando sobre os preços”, comenta.
Fora o cenário difícil registrado para o quilo vivo, os suinocultores estão preocupados e vendo suas margens pressionadas também pelo alta do custo de produção. “A estiagem da região Sul do país está resultando em quebras no milho e na soja”, afirma.
Outro ponto importante a ser acompanhando ao longo das próximas semanas será o desempenho da exportação de carne suína, considerando que a China pode continuar atuando de maneira tímida nas compras, avaliando que os preços da sua cadeia suinícola estão deprimidos.
Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil caiu 5,45% ao longo da semana, passando de R$ 5,76 para R$ 5,44. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado recuou 2,49%, de R$ 10,34 para R$ 10,09. A carcaça atingiu um valor médio de R$ 8,61, baixa de 6,45% frente ao registrado na última semana, de R$ 9,21.
As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) encerraram 2021 com total de 1,13 milhão de toneladas. É o maior resultado já alcançado pelos exportadores brasileiros em um único ano, e supera em 11% o volume exportado em 2020 (antigo recorde), com 1,02 milhão de toneladas, de acordo com informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita cambial das vendas de 2021 chegou a US$ 2,641 bilhões, resultado 16,4% maior que o alcançado em 2020, com US$ 2,270 bilhões.
Em dezembro, as exportações do setor totalizaram 89,7 mil toneladas, volume 7,3% superior ao registrado no mesmo período de 2020, com 83,6 mil toneladas. Em receita, a alta chega a 0,9%, com US$ 191,53 milhões no último mês do ano passado, contra US$ 189,88 milhões em 2020.
A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 116,00 para R$ 105,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,65. No interior do estado a cotação caiu de R$ 5,65 para R$ 5,30.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração permaneceu em R$ 5,70. No interior catarinense, a cotação passou de R$ 5,80 para R$ 5,20. No Paraná o quilo vivo mudou de R$ 6,65 para R$ 5,35 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo seguiu em R$ 5,60.
No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande recuou de R$ 5,60 para R$ 5,20, enquanto na integração o preço permaneceu em R$ 5,50. Em Goiânia, o preço passou de R$ 6,00 para R$ 5,50. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno mudou de R$ 6,20 para R$ 5,60. No mercado independente mineiro, o preço mudou de R$ 6,40 para R$ 5,80. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis retrocedeu de R$ 5,60 para R$ 5,20. Já na integração do estado o quilo vivo permaneceu em R$ 5,60.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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