Porto Alegre, 5 de abril de 2022 – O Rio Grande do Sul tem sofrido com a estiagem no último verão. A alta demanda evaporativa atmosférica, decorrente das altas temperaturas do ar associadas aos baixos volumes de precipitação pluvial, provocou uma condição de estresse hídrico intenso. Isso prejudicou os cultivos implantados no período de primavera/verão no Estado, com redução da produção e da produtividade, tanto em culturas anuais quanto perenes, como videiras e macieiras, nas quais os impactos da estiagem podem vir a afetar safras seguintes. Porém, a estiagem começa a ser minimizada neste outono. É o que aponta o Boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs) de abril, maio e junho.
O prognóstico climático para o mês de abril indica chuvas pouco abaixo da média em grande parte do Estado, exceto na porção nordeste, onde ficarão na média. Para maio, a tendência é de que as chuvas fiquem próximas da média. Para o mês de junho, os prognósticos indicam chuvas irregulares, um pouco abaixo da média no sudoeste, um pouco acima no noroeste e na média nas demais regiões. Para os meses abril e maio, o prognóstico é de que as temperaturas médias do ar fiquem próximas da média no leste e nordeste e um pouco acima da média nas demais regiões. Para junho, a tendência é de temperaturas médias acima da média.
Conforme a agrometeorologista e coordenadora do Copaaergs, Loana Cardoso, os prognósticos indicam que as chuvas tendem a ficar próximas à normal, sendo o momento para o armazenamento de água no solo e início da recuperação dos mananciais d’água. “É quando o produtor pode promover ações que favoreçam a estrutura do solo, para melhorar a capacidade de armazenamento de água no solo, práticas de rotação de culturas e implantação de plantas de cobertura do solo, visando tanto à melhoria da estrutura, quanto da fertilidade e armazenagem de água no solo”, destaca.
O boletim do Conselho é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 14 entidades públicas estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período.
Arroz
Considerando os baixos níveis dos mananciais devido ao uso da água para irrigação das lavouras e que, para o próximo trimestre (abril-maio-junho), o prognóstico climático indica tendência de chuvas um pouco abaixo da média, recomenda-se que os produtores fiquem atentos para questão da captação e armazenamento de água para próxima safra;
Antecipar a adequação das áreas destinadas às lavouras para a próxima safra, principalmente atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada.
Culturas de inverno
Escalonar a época de semeadura dentro do período indicado pelo zoneamento agrícola de risco climático, adequando a semeadura aos períodos com umidade do solo ideal;
Nos cereais, utilizar, preferencialmente, cultivares resistentes a doenças.
Silvicultura
Caso o produtor tenha necessidade de realizar o plantio nos meses de abril/maio/junho, as mudas florestais devem apresentar um sistema radicular bem formado e recomenda-se utilizar irrigação para garantir maior sobrevivência das mudas no campo.
Pastagens
Realizar o plantio de forrageiras de inverno, anuais ou perenes, com cultivares mais resistentes ao estresse hídrico, assim que houver condições adequadas de umidade do solo;
Diferir potreiros com pastagens naturais e melhorá-las realizando sobressemeadura com espécies hibernais, visando melhor quantidade e qualidade forrageira para o período;
Considerando o histórico de restrição hídrica, recomenda-se, quando possível, aumentar a utilização da integração lavoura-pecuária (ILP), principalmente com uso de sistema de irrigação, para melhor aproveitamento das áreas, desempenho animal e manutenção da umidade e da fertilidade do solo. Também, neste caso, recomenda-se utilizar pastagens de cultivares precoces e de ciclo curto.
As informações partem da assessoria de comunicação social da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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