São Paulo, SP – A Embraer informou que foram realizados ajustes no seu release de resultados do segundo trimestre do ano de 2025, divulgado ontem. Segundo o comunicado, os ajustes referem-se à correção do valor reportado na linha Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos, o que impactou, consequentemente, o valor reportado na linha Lucro (prejuízo) Líquido Ajustado, que passou de prejuízo de R$ 53,4 milhões para lucro de R$ 675 milhões, o que representa uma alta de 62,5% em relação ao mesmo período de 2024. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou prejuízo de R$ 428,5 milhões.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,3 bilhão, alta de 39,5% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 2 bilhões, inferior ao resultado do 1S24, que foi de R$ 1,2 bilhão. A margem Ebitda ajustado chegou a 13,5%, alta de 0,8 ponto percentual em relação ao 2T24. No primeiro semestre, a margem Ebitda ajustado foi de 12,1%, alta de 2,1 p.p em comparação ao 1S24.
O EBIT ajustado foi de R$ 1,086 bilhão com margem de 10,6%, excluindo R$69,2 milhões de itens extraordinários (ou seja, despesas da Eve) em comparação com R$725,4 milhões com margem de 9,2% no ano anterior, devido aos maiores volumes de Aviação Executiva e Defesa & Segurança, ao mix de produtos, redução de despesas e eficiências operacionais. O EBIT reportado foi de R$ 1,017 bilhão no trimestre (margem de 9,9%) em comparação com R$668,4 milhões no ano anterior (margemde 8,5%).
A receita líquida foi de R$ 10,2 bilhões, alta de 30,9% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, a receita líquida foi de R$ 16,6 bilhões, acima da resultado de R$ 12,2 bilhões alcançado no 1S24. A Aviação Executiva foi o destaque do trimestre, com crescimento de 74% na receita comparada ao ano anterior. Defesa & Segurança, Serviços & Suporte e Aviação Comercial também apresentaram bom desempenho, c m aumentos de 28%, 23% e 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, respectivamente.
Na gestão da dívida houve um aumento de R$258,7 milhões na dívida bruta sem a Eve em relação ao trimestre anterior e redução de R$ 3,3 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior. A dívida líquida da Embraer sem a Eve aumentou R$1,1 bilhão, para R$3,8 bilhões no 2T25, em comparação com R$2,7 bilhões no 1T25 (redução de R$3,5 bilhões em relação aos R$7,3 bilhões no 2T24). A geração de fluxo de caixa livre negativa de R$989,1 milhões para a Embraer, isoladamente, durante o trimestre, ajuda a explicar o aumento da alavancagem financeira.
Do ponto de vista operacional, a Embraer estima entregas da Aviação Comercial entre 77 e 85 aeronaves (10% do ponto médio no comparativo anual), e entregas na Aviação Executiva entre 145 e 155 (+15% no comparativo anual). Do ponto de vista financeiro, a empresa estima receitas na faixa entre US$7,0 e US$7,5 bilhões (+13%), margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3% e fluxo de caixa livre ajustado de US$200 milhões ou maior. A companhia destaca que os resultados do segundo trimestre não foram materialmente impactados pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos (EUA).
Entregas e Carteira de Pedidos
A Embraer entregou 61 aeronaves no 2T25, sendo 19 jatos comerciais (10 E2s e 9 E1s) e 38 jatos executivos (21 leves e 17 médios); e 4 aeronaves de Defesa (A29 Super Tucano). O resultado foi 30% acima das 47 aeronaves entregues no ano anterior. O número de entregas para a Aviação Executiva foi 41% maior em relação ao 2T24, enquanto a Aviação Comercial permaneceu estável.
A carteira de pedidos da empresa atingiu US$29,7 bilhões no 2T25, um aumento de 13% em relação ao 1T25, superando o recorde histórico registrado no trimestre anterior. Em comparação ao ano anterior, a carteira total aumentou 40%, com crescimento em todas as unidades de negócios.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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