Porto Alegre, 15 de maio de 2020 – A comercialização física e para entrega futura no mercado brasileiro de café e as exportações seguem sólidas em meio à pandemia do coronavírus. O dólar em patamares elevados, recordes, garante preços atrativos para o grão ao produtor e traz competitividade para os embarques do país. Números divulgados na semana mostraram exatamente esse cenário.
Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, a comercialização da safra de café do Brasil 2019/20 (julho/junho) chegou a 94% até o dia 11 de maio. Em relação ao último levantamento, a comercialização evoluiu em 5 pontos percentuais. As vendas estão adiantadas em relação ao ano passado, quando 86% da safra 2018/19 estava comercializada até então. A comercialização está também acima da média dos últimos 5 anos, que é de 91% para esta época.
Com isso, já foram comercializadas 53,46 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2019/20 de café brasileira de 57,05 milhões de sacas.
O consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, diz que as negociações continuaram bem ativas ao longo de abril e nesse princípio de maio, diante dos bons preços praticados no mercado físico. “O rally no dólar acabou elevando os preços físicos em reais, mas teve como contrapartida a redução da cotação em dólares. E isso deixou a origem brasileira mais barata no mercado internacional, levando a um maior interesse por parte da demanda externa”, comenta.
O consultor indica que, já a valorização relativa dos cafés melhores, com bebida fina e cereja trocando de mãos acima de R$ 600 a saca acabou estimulando o interesse de venda no disponível. “As primeiras notícias de chegada de café da safra brasileira 2020 ao mercado elevaram ainda mais o interesse do vendedor”, comentou.
Safra 2020
Já a comercialização da safra nova de café do Brasil 2020/21 (julho/junho), que está em fase inicial de colheita, já chega a 28% até o dia 11 de maio, evoluindo em 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior. As vendas estão bem avançadas em relação ao ano passado, quando 17% da safra 2019/20 estava comercializada até então. Foram comercializadas 19,2 milhões de sacas de 60 quilos, em relação a uma safra estimada de 68,1 milhões de sacas.
“Os preços altos, por conta do dólar esticado, continuam mantendo elevado o interesse por venda antecipada de safras futuras”, aponta Barabach.
Exportações
Os embarques também seguem fortes como mostraram números do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta semana. O país exportou em abril deste ano 3,3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, registrando um aumento de 2,5% em relação ao volume exportado em abril de 2019. A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 442,1 milhões, aumento de 9% em relação a abril de 2019. Já o preço médio da saca foi de US$ 132,02, alta de 6,4% na mesma comparação.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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