Porto Alegre, 7 de agosto de 2020 – A forte demanda chinesa deverá resultar em aumento nas exportações brasileiras de soja, tanto em 2020 como em 2021.
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 83 milhões de toneladas em 2021, subindo 2% sobre o volume de 2020, projetado em 81 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado.
“Com o Brasil devendo colher nova safra recorde em 2021, as exportações devem continuar crescendo, diante de uma demanda chinesa firme’, avalia o analista de SAFRAS, Luiz Fernando Roque. Segundo ele, a demanda por biodiesel e por exportação de carnes deverão levar a um maior esmagamento. “Com isso, os estoques tendem a continuar apertados”, completa.
SAFRAS indica esmagamento de 45 milhões de toneladas em 2021 e de 44 milhões de toneladas em 2020, representando um aumento de 2% entre uma temporada e outra.
Em relação à temporada 2021, a oferta total de soja deverá subir 3%, passando para 134,026 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 131,6 milhões de toneladas, crescendo 2% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão subir 11%, passando de 2,185 milhões para 2,426 milhões de toneladas.
Subprodutos
SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 34,6 milhões de toneladas, com aumento de 2%. As exportações deverão cair 1% para 16,7 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 17,2 milhões, aumento de 4%. Os estoques deverão subir 38% para 2,529 milhões de toneladas.
A produção de óleo de soja deverá subir 2% para 9,1 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 760 mil toneladas, com queda de 20% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 8,23 milhões para 8,4 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve subir 6% para 4,55 milhões de toneladas. A previsão é de recuo de 6% nos estoques para 167 mil toneladas.
Comercialização
A comercialização da safra 2019/20 de soja do Brasil envolve 95,7% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 7 de agosto. No relatório anterior, com dados de 3 de julho, o número era de 92,9%.
Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 78% e a média para o período é de 81%. Levando-se em conta uma safra estimada em 124,913 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 119,578 milhões de toneladas.
A venda antecipada para 2020/21 pulou de 39,8% no início de julho para 43,3%. A comercialização da safra futura está bem acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 15,7%, e também supera a média normal para o período, de 16%.
Com a próxima safra projetada em 131,691 milhões de toneladas, o total já comprometido por parte dos produtores chega a 57,049 milhões de toneladas, antes mesmo do início do plantio.
“A comercialização está naturalmente evoluindo de forma mais lenta frente aos meses anteriores, devido ao pouco volume disponível para o restante dessa temporada e grande volume já antecipado da nova safra”, explica o analista de SAFRAS, Luiz Fernando Roq ue.
Segundo ele, os produtores começam a focar nos preparativos o plantio da temporada 2020/21, que inicia em setembro.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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