Porto Alegre, 19 de junho de 2020 – O clima é o principal ponto de atenção do mercado brasileiro de trigo. Foi o que disse o analista da SAFRAS Consultoria, Jonathan Pinheiro, em live realizada por SAFRAS & Mercado no Instagram, nesta sexta-feira (19). A entrevista mediada pelo jornalista e editor-chefe da Agência SAFRAS, Dylan Della Pasqua, teve o tema “O abastecimento interno de trigo e a safra nova no Brasil”.
Pinheiro, que é especialista no mercado de trigo, apontou as condições meteorológicas no Brasil e na Argentina como essenciais para a formação de preços do grão no cenário interno. No Paraná, o plantio atinge 82% da área, projetada pelo Deral/PR em 1,09 milhão de hectares. Em mesmo período do ano passado, os trabalhos chegavam a 87%, porém a superfície era 6% inferior.
No Rio Grande do Sul, os trabalhos atingem 43% da área, de 915,7 mil hectares. O atraso em pontos percentuais é de 7%, porém, em números absolutos, a superfície em 2020 é 20,34% superior. Já no país vizinho, os trabalhos atingem 58,1% da área e estão bem adiantados. Entretanto, a previsão de clima seco pode atrapalhar o implante e comprometer o desenvolvimento da safra argentina.
Apesar do clima favorável no Brasil, qualquer alteração neste quadro pode adicionar pressão altista sobre o mercado, que já espera a entrada da oferta. A colheita no Paraná deve sofrer atrasos, “o que contribui para um alongamento das elevações nas cotações internas devido à alteração na sazonalidade do abastecimento”, disse o analista.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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