Em junho, queda nos preços em NY reflete no mercado brasileiro de algodão

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     Porto Alegre, 30 de junho de 2023 – No mês de junho, a queda nos preços do algodão na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) refletiu no mercado físico brasileiro. A preocupação com o mercado externo e a chegada da safra brasileira deixou o comprador mais cauteloso, trabalhando conforme a necessidade pontual. As negociações entre produtores e indústria seguiram bem lentas, informou a SAFRAS Consultoria.

     Na quinta-feira (29), o preço do algodão no CIF de São Paulo girou em torno de R$ 3,80 por libra-peso, correspondendo uma queda de 5% em relação ao mesmo momento do mês passado, quando trocava de mãos a R$ 4,00 por libra-peso.

     No porto FOB de Santos, o preço do algodão encerrou o dia em US$ 77,49 centavos ante US$ 81,16 do mês de maio, uma queda de 5,68%. Já o prêmio pago pelo algodão brasileiro ficou negativo em -1,54 centavos/libra-peso contra ICE US. Há uma semana estava valorizado em +2,01 centavos, enquanto há um mês estava negativo em -4,71 centavos/libra-peso.

     O fluxo externo mais fraco e a resistência a venda do lado, o produtor explica o volume de algodão acima do normal ao final da temporada 2022/23. “É importante o produtor brasileiro assimilar essa mudança de comportamento do mercado e redesenhar sua estratégia de comercialização a partir de preços mais baixos e margens mais estreitas”, explica o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach.

     A diferença de preço entre o algodão colocado na indústria em São Paulo e o recebido pelo produtor em Rondonópolis/MT gira atualmente em torno de R$ 0,10 por libra-peso. “O mercado também busca um melhor realinhamento a chegada da safra brasileira”, lembra o consultor. “O dólar mais fraco é um fator a mais de pressão contra o preço do algodão local, mesmo que recentemente a correlação entre câmbio e a cotação da pluma não tem se mantido elevada e nem mesmo negativa”, explica Barabach.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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