Austan Goolsbee, presidente do Fed Chicago, declarou em entrevista ao Financial Times que as taxas de juros devem cair “consideravelmente” nos próximos 12 a 18 meses, mas admitiu que o próximo corte pode demorar mais do que o esperado devido a incertezas econômicas. Goolsbee, que tem direito a voto no comitê de política monetária do Fed este ano, disse ao FT que, se os mercados passarem a incorporar expectativas de inflação mais alta, isso seria um “grande sinal de alerta” para as decisões do banco central.
Ele defendeu cautela, afirmando: “Minha visão é que, quando há poeira no ar, ‘esperar para ver’ é a abordagem correta diante de incertezas”. Em março, o Fed manteve a taxa básica entre 4,25% e 4,50%, sinalizando cortes ainda em 2025. No entanto, Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que os aumentos de tarifas de Donald Trump podem atrasar a redução da inflação este ano, embora os efeitos sobre os preços devam ser passageiros.
O cenário atual combina expectativas de afrouxamento monetário com riscos inflacionários, exigindo paciência dos formuladores de política econômica. Enquanto o Fed sinaliza cortes futuros, Goolsbee enfatizou a importância de dados consistentes antes de agir, refletindo o delicado equilíbrio entre estimular a economia e controlar a inflação.

