Em clima de Carnaval, mercado de arroz fica travado e preços seguem recuando no Sul

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Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2023 – O mercado doméstico de arroz permaneceu em ritmo lento e os preços voltaram a recuar no Sul do Brasil nesta terceira semana de fevereiro. A média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, fechou a quinta-feira (16) cotada a R$ 85,81, apresentando uma queda de 2,22% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma diminuição de 7,62%. E um aumento de 19,07% quando comparado ao mesmo período de 2022.

“Com o Carnaval se aproximando, o mercado encontra-se desprovido de ofertas, apresentando cotações apenas nominais e ausência de compradores”, relata o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.

Comum para este período do ano, esta lentidão já era prevista pelos agentes. “Tudo sugere que boa parte dos compradores já realizou suas aquisições e, mesmo em quantidades bastante limitadas, é suficiente para atender às necessidades pontuais do varejo, uma vez que o feriado prolongado também afeta significativamente a demanda do consumidor final”, pondera o analista.

Assim como a maioria das outras culturas, destaca Oliveira, há expectativa de melhor movimentação para o mês de março, com o final do período de férias e feriados de início de ano contribuindo para uma retomada nas atividades comerciais

Revisão na safra 2022/23

Com o início dos trabalhos de colheita em áreas pontuais, um novo corte foi projetado na área semeada com arroz na safra 2022/23. “O período prolongado de baixa pluviosidade e altas temperaturas no início de 2023 no estado do Rio Grande do Sul resultaram no abandono de áreas plantadas e na diminuição da produtividade”, explica o analista de SAFRAS & Mercado.

A área plantada com arroz no Brasil na temporada 2022/23 foi estimada em 1,584 milhão de hectares, o que representa um decréscimo de 5,9% em relação à da safra anterior. Na última estimativa, divulgada em 24 de novembro, estava prevista em 1,601 milhão de hectares. A produtividade média deve somar 6.541 quilos por hectare, ante 6.516 quilos em 2021/22.

A situação é particularmente crítica nas regiões da Fronteira Oeste e Central do Rio Grande do Sul, as quais somam pelo menos 14 mil hectares de arrozais já abandonados. “O município de Uruguaiana, maior produtor brasileiro do cereal, registrou o mês de janeiro mais seco dos últimos 43 anos, com míseros 16,8 milímetros de volume de chuvas, ou cerca de 12% da média mensal”, exemplifica Oliveira.

Entre os principais estados produtores, destaque para o Rio Grande do Sul, o qual possui a maior área semeada no país e deverá ter um corte de aproximadamente 9%, sendo estimada em 871,2 mil hectares. 

Diante disso, a produção brasileira do cereal deverá sofrer um impacto maior do que o projetado anteriormente, sendo estimada em 10,366 milhões de toneladas, ante 10,621 milhões previstos em novembro. A safra 2021/22 está projetada em 10,977 milhões de toneladas.

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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS

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