Porto Alegre, 21 de julho de 2024 – O mercado brasileiro de arroz segue buscando um novo ponto de equilíbrio para os preços, diante do cenário de incerteza política e de consolidação da produção. A afirmação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.
No Rio Grande do Sul, a Emater reajustou a estimativa de produtividade do arroz após o fim da colheita. A área de cultivo de arroz irrigado foi de 900.203 hectares, com uma produtividade média de 7.957 quilos por hectare, resultando em uma produção total de 7,16 milhões de toneladas na safra de 2023/24. “Em linha com os 7,10 milhões de toneladas estimados por Safras & Mercado”, lembra Bento.
“A alta de 100 mil toneladas em relação à safra passada pode ser mais um argumento do setor produtivo contra a intervenção governamental”, avalia o analista. O ciclo comercial de arroz em março de 2024 começou com estoques de 632 mil toneladas (base casca), uma redução de 48,5% em relação aos 1,229 milhão de toneladas do ano anterior, suficiente para apenas 20 dias de consumo.
Essa escassez de abastecimento elevou os preços durante o ciclo comercial 2023/24 (março de 2023 a fevereiro de 2024) a níveis recordes. “Em resposta, houve um aumento de 6,2% na área plantada, elevando a produção brasileira estimada de 10,004 milhões de toneladas para 10,356 milhões de toneladas (+3,5%)”, destaca o consultor.
Mesmo com um aumento de 352 mil toneladas na produção, isso não compensou a redução de 596 mil toneladas nos estoques iniciais. “Comparando produção e consumo, o déficit estimado para a temporada atual é de 43,7 mil toneladas, significativamente menor que o déficit de 496 mil toneladas da temporada anterior”, pondera.
Sem considerar a balança comercial, os estoques finais projetados para fevereiro de 2025 seriam de 589 mil toneladas. “Dada essa análise, uma diferença de menos de 45 mil toneladas não justificaria a importação adicional de 1 milhão de toneladas promovida pelo governo”, acredita Bento.
Nesta quinta-feira, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) fechou em R$ 112,64, apresentando um recuo de 1,49% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a queda acumulada era de 5,59%. Quando se compara ao mesmo momento do ano passado, ainda contava com um aumento de 37,80%.
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Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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