Porto Alegre, 23 de dezembro de 2020 – Em um ano bastante complicado, marcado pela pandemia de coronavírus e por efeitos macroeconômicos acima do esperado, impactando a renda da população brasileira, a carne de frango teve como destaque a demanda aquecida, quadro que foi observado também no setor de ovos.
O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, sinaliza que o mercado de frango foi “carregado” pelas proteínas concorrentes, que se beneficiaram muito da demanda chinesa. “Como a carne bovina e a suína tiveram um desempenho muito positivo nas exportações, houve um descolamento ainda maior dos preços no cenário doméstico, o que acabou favorecendo a carne de frango, que juntamente com o setor de ovos, se tornou a principal opção de consumo do brasileiro médio”, sinaliza.
Nas exportações, Iglesias ressalta que o desempenho do setor foi positivo mais uma vez, com embarques acima de 4 milhões de toneladas, ainda que o país tenha observado retrações por parte de alguns mercados, como Arábia Saudita e Japão.
Um ponto que trouxe bastante apreensão ao setor produtivo neste ano, mas em especial a partir do segundo semestre, foi o custo da nutrição animal, com os preços do milho e do farelo de soja subindo muito em todo o país, o que acabou pressionando a margem de lucratividade da atividade.
Ao longo do mês de dezembro, Iglesias ressalta que os preços do quilo vivo cederam um pouco, acompanhando o cenário observado com as proteínas concorrentes e denotando a dificuldade enfrentada pelo consumidor em absorver os patamares elevados que vinham sendo observados, especialmente até novembro, em todo o setor carnes.
O levantamento mensal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que desde o começo de dezembro, em Minas Gerais, o quilo vivo baixou de R$ 4,50 para R$ 4,25. Em São Paulo o quilo vivo retrocedeu de R$ 4,50 para R$ 4,30.
Na integração catarinense a cotação do frango cedeu de R$ 3,90 para R$ 3,80. No oeste do Paraná o preço na integração passou de R$ 4,40 para R$ 4,45. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo retrocedeu de R$ 4,40 para R$ 4,25.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango recuou de R$ 4,40 para R$ 4,30. Em Goiás o quilo vivo caiu de R$ 4,40 para R$ 4,30. No Distrito Federal o quilo vivo retrocedeu de R$ 4,50 para R$ 4,30.
Em Pernambuco, o quilo vivo seguiu em R$ 5,90. No Ceará a cotação do quilo continuou em R$ 5,90 e, no Pará, o quilo vivo prosseguiu em R$ 5,95.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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