Em agosto, pluma brasileira ganha competitividade no mercado externo

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     Porto Alegre, 1 de setembro de 2023 – O mercado brasileiro de algodão chegou ao final de agosto com preços 2,5% superiores aos do fechamento de julho. No CIF de São Paulo, a fibra fechou o mês trocando de mãos a R$ 4,05/libra-peso. Essa recuperação das cotações domésticas teve respaldo na alta de 2,3% verificada na Bolsa de Nova York e de 4,9% no mercado cambial (US$/R$). A combinação de alta nessas duas variáveis possibilitou que a pluma brasileira ganhasse competitividade no mercado externo, informou a SAFRAS Consultoria.

     Prova disso é que, no FOB do porto de Santos, a pluma de algodão encerrou cotada a 79,64 centavos de dólar, o que corresponde a uma queda mensal de 3,3%. Com isso, o produto brasileiro, que no final de julho era 2,8% mais acessível que o contrato spot da fibra norte-americana na Bolsa de Nova York, no encerramento de agosto era 9,3% mais barato. O que esses números mostram é que, nesse momento de entrada de safra nacional, os vendedores, sabendo da fraqueza da demanda doméstica, estão agressivos nas vendas externas.

     Importante lembrar também que, apesar dos ganhos mensais, em relação ao mesmo período do ano passado a pluma nacional apresenta perdas de quase 40%, informou o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Amarildo Bento. “Esse movimento é uma resposta à retração anual de 25,5% (contrato spot) em Nova York e de 4,8% do dólar sobre o real”, concluiu.

     Além disso, há um ano, a cotação do produto brasileiro no porto de Santos era 13,4% superior ao do contrato spot da fibra norte-americana na Ice Futures. No final de agosto, conforme supracitado, quase 10% inferior. O prêmio negativo corrobora a percepção de que o mercado externo tem sido a alternativa diante de uma demanda doméstica enfraquecida.

     A Abrapa informou o progresso da colheita da safra 2022/23 de algodão no Brasil até sexta-feira (25). Paraná tinha 100% da área colhida; São Paulo, 98% Mato Grosso do Sul, 93%; Minas Gerais, 69%; Goiás, 77,5%; Bahia, 74,3%; Mato Grosso, 76%; Piauí, 97% e Maranhão, 69%. A média do Brasil era de 76% da área colhida.

     Já o beneficiamento da safra 2022/23 de algodão no Brasil chegou a 31% no dia 25 de agosto. O Mato Grosso tinha 26% da safra beneficiada; Bahia, 43%; Goiás, 52%; Minas Gerais, 35% Maranhão, 15%; Mato Grosso do Sul, 44%; Piauí, 39%; São Paulo, 98%; e Paraná chegou a 85%. As informações são da Abrapa.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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