Porto Alegre, 3 de outubro de 2024 – O plantio de soja no Brasil está de fato atrasado e as atenções da Bolsa de Mercadorias de Chicago estão voltadas para este tema. A avaliação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, feita durante o 8o Safras Agri Week, que iniciou hoje e continua amanhã. “O atraso maior é, principalmente, em Mato Grosso”, lembra o entrevistado. “Mas também há em Mato Groso do Sul, Goiás e Minas Gerais”, enumera.
Mesmo neste cenário, o consultor acha cedo para se falar em problemas de produtividade no Brasil. “Ainda temos janela para plantar a soja”, explica.
Em relação ao mercado interno, a perspectiva é de preços firmes até o final do ano. “Os prêmios mais fortes sustentam as cotações”, explica o analista, acrescentando que o dólar e Chicago têm ajudado também. “As demandas de exportação e de esmagamento devem levar a estoques apertados no país”, prevê.
Para o longo prazo, tudo vai depender do tamanho da safra brasileira. “Hoje, o cenário é negativo para o início de 2025”, pondera Gutierrez Roque. Se a safra brasileira for cheia, há risco de queda expressiva nos preços domésticos.
Para a Bolsa de Mercadorias de Chicago, os gráficos mostram que há espaço para uma correção para baixo. “Nos últimos 15 ou 16 dias, a alta acumulada é de 10%”, informa o analista e consultor Rafael Silveira. “Isto pode levar a um movimento corretivo”, justifica. Se confirmado, o grão pode voltar a US$ 10,00 por bushel para o contrato novembro de 2024. “Depois de atingir este patamar, a bolsa deve trabalhar mais lateralizada”, aposta.
Para os subprodutos, o outro analista e consultor de Safras & Mercado, Gabriel Viana, prevê um final de ano complexo para o farelo e o óleo. “Não se deve deixar para adquirir na última hora, pois a oferta será apertada”, finaliza.
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Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência Safras News
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