Dúvida sobre fiscal eleva chance de juros neutros mais altos – Ata do Copom

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Banco Central do Brasil, fachada externa. Brasília, 02-03-2017. Foto Sérgio Lima/Poder 360.

     Porto Alegre, 3 de novembro de 2021 – As dúvidas a respeito do processo de redução dos gastos e da dívida pública que surgiram nas últimas semanas aumentaram o risco de as expectativas do mercado descolarem da meta de inflação, assim como as chances de a economia passar a operar com uma taxa de juros neutra mais elevada, segundo a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

     “As contas públicas têm tido desempenho melhor do que o esperado. Supondo a manutenção dos marcos fiscais vigentes, em particular o controle do crescimento dos gastos, as projeções do Copom preveem trajetória cadente da dívida pública como fração do produto”, disse o grupo no documento.

     “No entanto, surgiram, entre as reuniões do Comitê, questionamentos relevantes em relação ao futuro do arcabouço fiscal atual, resultando em elevação dos prêmios de risco. Esses questionamentos também elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas”, acrescentou.

     O Copom disse também que “o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para o crescimento sustentável da economia. Esmorecimento no esforço de reformas estruturais e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.”

     A taxa de juros neutra – ou taxa de juros estrutural – é aquela em que a política monetária não exerce efeito negativo nem positivo sobre a atividade econômica. As informações são da Agência CMA.

     Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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