Dólar sobe impulsionado por recuperação econômica dos EUA

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    Porto Alegre, 23 de novembro de 2021 – O dólar comercial fechou em R$ 5,6080, com alta de 0,25%. Mesmo perdendo fôlego no final, a moeda norte-americana mostrou grande força durante toda a sessão, embalada pela aparente recuperação econômica dos Estados Unidos e as já habituais incertezas fiscais no Brasil.

   Para o analista da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, “o petróleo valorizado impacta diretamente no dólar, além de mostrar um sinal de retomada econômica dos países desenvolvidos, capitaneados pelos Estados Unidos. A inflação que estas economias apresentam é ligada a este movimento de recuperação, o que torna mais fácil de controlá-las”.

   Já no aspecto interno, Cozzolino acredita que a situação política e econômica não permite um cenário favorável ao real: “Isso aumenta o risco país, aumentando a insegurança fiscal”, observa.

   De acordo com o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “as moedas emergentes estão recuando e o real indo na esteira”. Ele faz menção especial à lira turca, que voltou a ter forte depreciação e gera temor com uma crise futura.

   Rostagno acredita que a continuidade do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afasta as incertezas sobre uma postura mais dovish (menos propensa ao aumento de juros) da diretora do Fed, Lael Brainard, que era cotada para substituir o atual presidente, mas pondera: “Embora exista uma pressão da ala hawkish (mais propensa ao aumento de juros) para o aumento dos juros, isso não deve ocorrer antes do segundo trimestre do próximo ano”, pontua.

    No cenário doméstico, o Indice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que subiu 0,96% na terceira quadrissemana de novembro, também aumenta as expectativas pelo Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado na próxima semana: “Isso pode apontar para um aumento maior da Selic (taxa básica de juros) maior do que o previsto”, opina Rostagno.

   Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, “lá fora está bem dividido, com as moedas emergentes sem um rumo claro, o que impacta aqui”.

   Vieira, porém, não acredita que o Fed irá aumentar os juros tão cedo: “Não acho que este aumento de juros irá ocorrer antes do final do próximo ano, mesmo com o Powell ouvindo mais os outros membros do que antes”, pontua.

   Já no âmbito doméstico, Vieira acredita que o mercado está em compasso de espera com a PEC dos Precatórios, mas que agora ela dá sinais positivos: “Passar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é bem visto pois pode destravar a pauta e parar de gerar incertezas”, analisa.

    As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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