Porto Alegre, 18 de junho de 2020 – O dólar comercial fechou em forte alta de 2,13% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3700 para venda, engatando a sétima alta seguida e no maior valor de fechamento desde 1 de junho, influenciado pela reagindo à sinalização do Banco Central (BC) que poderá seguir com o afrouxamento monetário na próxima reunião. Ainda no cenário doméstico, a prisão de Flávio Queiroz, ex-assessor do senador e filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, eleva o risco político, o que levou investidores à proteção.
“A prisão, de caráter preventivo, não tem prazo para ser relaxada, o que implica necessariamente na manutenção da cautela de parte dos investidores, por suspeitar que em algum momento, o presidente [Jair] Bolsonaro, de temperamento explosivo, poderá aprofundar a interminável crise entre os poderes”, avalia o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.
Perto do fim do pregão, a moeda acelerou os ganhos, renovando máximas sucessivas ao redor de R$ 5,39, após o avanço da divisa no exterior e com a confirmação da saída do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub do governo Bolsonaro. “Pontuando a segunda derrota do governo em um único dia”, acrescenta Gomes.
Ontem, após o fim dos negócios, o Comitê de Política Monetária (Copom),além de promover o oitavo corte seguido da taxa básica de juros (Selic), saindo de 3,00% para 25,25% ao ano, sinalizou no comunicado que deverá fazer um ajuste “residual” na taxa, o que dá a entender, segundo o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer, que o BC deverá “arredondar a Selic” em 2,00%. Ou seja, promovendo um corte de 0,25 ponto percentual (pp), possivelmente, na próxima reunião, em agosto.
Amanhã, com a agenda de indicadores mais fraca, o destaque é a participação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em um evento da autoridade monetária. Para Spyer, as declarações de Powell não devem trazer novidades, uma vez que ele participou de duas audiências nesta semana no Senado e na Câmara dos Estados Unidos.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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