Porto Alegre, 10 de junho de 2022 – O dólar comercial fechou em alta de 1,44%, cotado a R$ 4,9890. A moeda norte-americana, que chegou a passar dos R$ 5,00, foi impactada pela alta de 1,0% da inflação do Estados Unidos em maio, o que reforça a pressão para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ser mais agressivo no aumento dos juros. Na semana, a moeda teve valorização de 4,42%.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, além da inflação, o índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan também chama a atenção”. O indicador apontou 50,2 pontos em junho, uma queda expressiva na comparação com maio (59,1 pontos). A projeção dos analistas era de 58,1 pontos.
Rostagno entende que o banco central norte-americano demorou para subir os juros e que talvez os juros tenham de ser muito acima do neutro. O estrategista também observa que o tombo do real só não é maior devido à capitalização da Eletrobras, aliviando a queda da moeda brasileira.
Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “a leitura de hoje colocou por água abaixo a ideia de que os Estados Unidos estariam próximos ao pico da inflação. Isso abre a hipótese de uma alta de 0,75% nos juros, na reunião de julho do Fed”.
Abdelmalack ressalta que o efeito desta inflação no câmbio só não é maior devido à privatização da Eletrobras, que devir contribuir com o fluxo estrangeiro.
Para o economista-chefe da Infitity Asset, Jason Vieira, “o resultado foi péssimo, mas não me surpreendi. Os elementos estão todos desenhados para que a alta continue”.
Vieira explica, em termos comparativos, que a inflação brasileira caminha para o seu ápice, situação não observada nos Estados Unidos: “Enquanto não fizerem, com seriedade, a diminuição do balance sheet (balanço) e, principalmente, diminuir o dinheiro injetado na economia, nada vai mudar. O mesmo para a Europa”, alerta.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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