Dólar se aproxima de R$ 5,00, pressiona cotações domésticas e trava negócios com soja

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Porto Alegre, 4 de novembro de 2022 – Os preços da soja recuaram ao longo da semana no mercado brasileiro. O período foi marcado por negócios apenas pontuais. A queda do dólar sobre o real suplantou os ganhos da Bolsa de Chicago. Os produtores seguem concentrados no plantio e avaliando os atrasos provocados pelos bloqueios de rodovias no Brasil na primeira parte da semana.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 184,00 para R$ 183,00 no período. Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 183,00 para R$ 180,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação permaneceu em R$ 171,00. No Porto de Paranaguá, o preço caiu de R$ 190,00 para R$ 187,00.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago, o mercado atingiu o melhor patamar em seis semanas. Até quinta, a valorização era de 2,62% na posição janeiro, a mais negociada, que fechou a US$ 14,27 por bushel. Os contratos foram impulsionados pela perspectiva de retomada da demanda por parte da China e também do clima de menor aversão ao risco no financeiro, que predominou durante a semana.

A recuperação podia até ser melhor, mas o cenário fundamental ainda é um fator limitando. A colheita se encaminha para o final nos Estados Unidos e a previsão é de uma safra cheia. Na próxima semana, o Departamento de Agricultura norte-americano atualiza suas projeções no relatório de novembro, que será divulgado na quarta, 9. No Brasil, o plantio evolui bem e sem maiores transtornos. Por enquanto, não há motivos para não projetar uma safra recorde, superando 150 milhões de toneladas.

Internamente, o fator determinando para a queda nos referenciais foi o câmbio. Após as eleições e com base no cenário externo, a moeda norte-americana recuou 3,36% na semana. No fechamento da quinta, a moeda era cotada a R$ 5,124. Nas primeiras operações da sexta, o dólar se aproximada da barreira de R$ 5,00.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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