Porto Alegre, 30 de julho de 2021 – Os preços da soja apresentaram firmeza no mercado físico brasileiro durante julho, marcado por um ritmo apenas moderado na comercialização, com picos sazonais. A valorização do dólar frente ao real sustentou as cotações e deu competitividade à soja brasileira. Em Chicago, o período foi de desvalorização.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 148,00 para R$ 163,00 no mês. Em Cascavel (PR), o preço avançou de R$ 147,50 para R$ 163,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação passou de R$ 145,50 para R$ 165,00. No Porto de Paranaguá, a saca saiu de R$ 154,00 no início do mês para R$ 168,00 no fechamento de ontem.
O dólar comercial apresentou valorização de 2,15% em julho, subindo de R$ 4,972 para R$ 5,079. Nas máximas do período, a moeda americana chegou a bater na casa de R$ 5,30. Internamente, o dólar foi sustentado pelas incertezas políticas. No exterior, as dúvidas quanto ao ritmo da retomada da economia global, ainda impactada pela pandemia, fez os investidores buscaram investimentos de menor risco.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento de novembro, os mais negociados, tiveram desvalorização de 1,52%, encerrando a quinta, 29, a US$ 13,77 ¾ por bushel. O clima nos Estados Unidos dominou as operações no período.
Na maior parte de julho, o sentimento foi positivo, com previsão de condições favoráveis durante julho e agosto, meses que definem o potencial produtivo da safra americana. Mas, como em todo mercado de clima, as cotações oscilaram demais e vão encerrando o mês sob incertezas quanto às condições climáticas e o verdadeiro tamanho da safra americana.
Chicago sofreu também com as incertezas em torno da economia e com a fraca demanda pela soja americana, principalmente por parte da China. A soja brasileira tem se mostrado mais competitiva e reina no mercado o temor de nova batalha comercial entre Estados Unidos e China, que poderia resultar em enfraquecimento das compras asiáticas no mercado americano.
Para agosto, as atenções seguirão voltadas para o clima nos Estados Unidos e o comportamento da procura chinesa. Também merece atenção o início dos trabalhos de preparo do solo no Brasil e comportamento do clima. O plantio brasileiro tem início em setembro nas principais praças produtoras.
Os produtores brasileiros de soja deverão cultivar 39,82 milhões de hectares em 2021/22, a maior área da história, crescendo 2,3% sobre o total semeado no ano passado, de 38,93 milhões. A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio de SAFRAS & Mercado.
Com uma possível elevação de produtividade, de 3.542 quilos para 3.590 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida nesta temporada. A previsão inicial é de uma safra de 142,24 milhões de toneladas, 3,7% maior que o recorde de 137,19 milhões obtido neste ano.
“O Brasil novamente deverá registrar uma expansão na área semeada com soja na safra 2021/22, que começará a ser plantada em setembro”, confirma o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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