Porto Alegre, 19 de junho de 2020 – A elevação da moeda norte-americana voltou a trazer suporte ao arroz brasileiro, pois deixa as importações do cereal mais caras. Na média do Rio Grande do Sul, estado referência para preços no Brasil, a indicação ficou em R$ 61,87 por saca de 50 quilos no dia 18, ante R$ 61,72 por saca de 50 quilos no dia 11. Em 30 dias, havia alta acumulada de 2,32%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação era de 40,96%.
O cereal começou a sua escalada em março, diante dos primeiros casos de covid-19 no Brasil, pois os consumidores correram aos supermercados, para se abastecer de produtos não perecíveis. A alta do dólar e dos preços internacionais também trazia suporte. No final de maio, houve uma acomodação na moeda norte-americana, que estancou a alta do cereal. Porém, o dólar voltou a subir forte frente ao real, trazendo novo suporte ao grão.
O levantamento dos estoques privados de arroz, referente à safra 2018/2019, mostra que até fevereiro havia no país cerca de 492 mil toneladas do produto equivalente em casca. Esse número representa uma redução de 23,9% em comparação ao apurado na mesma data em 2019, quando estavam armazenadas 646,84 mil toneladas. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os estoques foram informados pelos armazenadores e pelas indústrias de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estados que produzem cerca de 85% do arroz no país. No Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, o volume informado foi de 42 mil toneladas de arroz beneficiado e 393 mil toneladas em casca. O estado de Santa Catarina, segundo na produção nacional, totalizou 28 mil toneladas em base casca e o Mato Grosso, 9 mil toneladas.
Somando-se este volume privado com os estoques públicos de arroz mantidos pela Conab nos seus armazéns (23,15 mil toneladas) na data da pesquisa, chega-se a um total de 515,57 mil toneladas, que totaliza o estoque de passagem do país para o período. O número, segundo o boletim, “consolida a estimativa de consumo da safra 2018/19 em cerca de 10,3 milhões de toneladas e aponta uma redução anual de 8,5% na demanda nacional”. As informações são da Conab.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2020 – Grupo CMA