Dólar fecha perto de máxima histórica com exterior e corte da Selic

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     Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2019 – O dólar comercial fechou com forte alta de 1,10% no mercado à vista, cotado a R$ 4,2860 para venda – no segundo maior valor de fechamento da história – refletindo o movimento mais positivo do dólar no exterior em relação às moedas pares e de países emergentes e o movimento doméstico de ajuste e fluxo após o corte da taxa básica de juros (Selic) a 4,25%, menor patamar da história.

    O analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, avalia que hoje a procura pelo dólar “foi massiva” e no mercado local, a saída de investidores do mercado acionário “preterindo as ADRs (American Depositary Receipts, recibos de ação de empresas estrangeiras negociados na Bolsa de Valores de Nova York) da Petrobrás” no exterior, contribuiu para que o movimento se consolidasse por aqui.

    “O real está muito frágil e sujeito a uma especulação adicional, sem nenhuma atuação oficial. Uma nova rodada de intervenção no câmbio é a única situação em que eu vejo uma chance mínima de estabilização da moeda”, avalia o diretor da tesouraria de um banco estrangeiro.

    Amanhã, o destaque da agenda de indicadores é o relatório de empregos dos Estados Unidos em janeiro, o payroll, no qual analistas esperam a criação de 165 mil vagas de trabalho. Para o analista da Capital Economics, Michael Pearce, as demissões ocorridas na Boeing após a suspensão da produção do modelo 737 Max devem impactar de forma negativa o mercado de trabalho norte-americano.

    Em contrapartida, o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, o indicador não deve fazer “tanta interferência” no dólar, devido a pressão altista da moeda no exterior. “A economia norte-americana já vem dando sinais de melhora. Talvez o resultado do payroll já esteja precificado e leve a moeda à correção”, diz.

     As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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