Porto Alegre, 17 de setembro de 2021 – O dólar comercial fechou em R$ 5,2890, com alta de 0,43%. A moeda norte-americana subiu durante toda a sessão – com ênfase na manhã -, impactada pela receptividade negativa do mercado com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), vista como uma manobra populista que visa as eleições de 2022.
De acordo com fonte ouvida pela CMA, “a notícia do IOF foi péssima. Não tem sentido aumentar imposto para financiar um projeto político, com a conivência do (ministro da Economia) Paulo Guedes”. A fonte ainda diz que Guedes também já entrou no “modo reeleição”.
“Isso dá perspectivas negativas para as reformas, não creio que elas serão aprovadas”, diz a fonte, que arremata: “É um governo que pensa mais em brigar do que em gerar empregos”.
Segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “no mundo perfeito, as soluções seriam outras, mas a situação política e econômica no Brasil é tudo, menos a ideal”. O economista disse que, dentre as opções como abrir um crédito “gigantesco” -, o aumento no IOF “não é das
piores”. Na visão do economista, existe um “certo exagero” no câmbio: “O mercado está num viés tão ruim que qualquer notícia é negativa”, avalia Leal. O economista, porém, acredita que este aumento foi uma surpresa para o mercado.
“Um pedaço do IOF também será utilizado para cobrir a isenção de PIS e COFINS da importação de milho, que é a base para a ração animal. Isso pode frear o aumento dos preços do complexo de proteínas para estes animais”, pontua Leal.
De acordo com o head de análises da Top Gain, Leonardo Santana, “o câmbio não deve cair muito, ficando na faixa entre R$ 5,24 e R$ 5,29. Hoje é um dia tranquilo no mercado, que deve ter baixa volatilidade”.
Santana acredita que o dólar fica entre duas forças: “o fluxo cambial veio novamente positivo, forçando o câmbio para baixo, enquanto as notícias domésticas puxam o dólar para cima”, explica.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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