Dólar fecha em alta de 2%, a R$ 5,70 pela 1ª vez, antes de Copom

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     Porto Alegre, 06 de maio de 2020 – O dólar comercial fechou em forte alta de 2,03% no mercado à vista, cotado a R$ 5,7040 para venda, renovando a máxima histórica de fechamento e engatando a quarta alta consecutiva. A moeda operou valorizada por toda a sessão reagindo ao exterior negativo, enquanto aqui, investidores digeriram o rebaixamento da perspectiva da nota de crédito do Brasil, à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

   Ontem, a agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou a nota de crédito do país em ‘BB-‘, porém, revisou a perspectiva do rating para negativa, no qual citou a deterioração do quadro econômico e fiscal, além dos riscos derivados das incertezas políticas e a duração e intensidade da pandemia do novo coronavírus.

   “O rebaixamento da perspectiva do rating brasileiro pela Fitch [ontem] para negativa ajudou a enfraquecer o real”, avalia a equipe econômica do banco Fator. Daqui a pouco, sai a decisão do Copom quanto a taxa básica de juros (Selic)

   “A ansiedade do mercado antes do anúncio da [decisão de] política monetária pelo Copom, em meio à escalada de casos de coronavírus no país, gerou o ambiente necessário para o fortalecimento do dólar”, reforça o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho.

   A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, acrescenta que o Copom gerou “uma certa cautela” porque ninguém “sabe ao certo” qual será a magnitude do corte da taxa de juros por conta dos últimos dados econômicos. “Mas uma coisa é sabida. O BC não deve fechar as portas para novos cortes e o mercado está alinhado para isso na taxa de câmbio”, comenta.

   Amanhã, o mercado local deverá reagir à decisão e ao comunicado do Copom. “Teremos isso para entender. O pós-Copom”, diz a economista da Veedha. Além disso, tem os dados da balança comercial da China e o resultado do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade de serviços em abril, que são “bem importantes” para avaliar os impactos da pandemia na economia chinesa e nos países que são parceiros comerciais da China, reforça a economista.

   Porém, após quatro altas seguidas da moeda, a economista-chefe do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, pondera que, a depender das notícias locais, a moeda pode ter espaço para recuperação.

     As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safrasom.br) / Agência SAFRAS

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