Dólar e NY abrem oportunidade para fixar safra futura de algodão

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     Porto Alegre, 24 de abril de 2020 – A forte alta do dólar em relação ao real, combinada com os recentes ganhos verificados na Bolsa de Nova York, tem motivado muitos produtores a registrar negócios, em especial para exportação, de safras futuras. “Com um cenário bastante incerto, especialmente no lado da demanda, e com uma safra recorde se aproximando, aproveitar momentos atrativos para fixar parte de produções futuras parece ser uma atitude acertada”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.

     No mercado disponível, percebe-se o vendedor mais flexível em relação aos preços. “Apesar disso, com grande parte das indústrias fora do mercado, o ritmo dos negócios é lento”, pondera Bento.

     A indicação média nas indústrias de São Paulo ficou em R$ 2,74 por libra-peso no dia 23, ante R$ 2,79 por libra-peso no dia 16. No FOB exportação do porto de Santos/SP, a indicação ficou em 50,02 centavos de dólar por libra-peso, acumulando uma queda de 12,4% em relação ao mês passado e 11,3% inferior ao contrato de maior liquidez (jul/20) negociado na Bolsa de Nova York (Ice Futures US). “Há um mês, o produto brasileiro era cotado por um preço 10,8% superior ao norte-americano, o que comprova a recuperação da competitividade da fibra nacional”, destaca o analista.

     As exportações brasileiras de algodão bruto somaram 48,264 mil toneladas até a terceira semana de abril (12 dias úteis), com média diária de 4,022 mil toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 74,868 milhões, com média diária de US$ 6,239 milhões. As informações são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Em relação à igual período do ano anterior, houve aumento de 14,92% no volume diário exportado (3,500 mil toneladas diárias em abril de 2019). Já a receita diária teve incremento de 4,72% (US$ 5,958 milhões diários em abril de 2019).

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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