Porto Alegre, 09 de setembro de 2022 – O dólar comercial fechou em alta de 2,64%, cotado a R$ 5,2480. A moeda norte-americana refletiu a possibilidade cada vez mais próxima de uma recessão mundial, encabeçada por Europa e Estados Unidos, e gerou um fortíssimo cenário de aversão ao risco. Na semana, o dólar teve desvalorização de 0,23%.
De acordo com o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o que assusta foi o oba-oba de ontem. Hoje reflete o mau humor externo com a situação dos Estado Unidos e Europa. É um movimento de correção risk-off (aversão ao risco) total”.
“Ainda podemos ter bastante emoção na próxima semana, principalmente se o mercado estiver muito otimista. Os números a ser divulgados pelo Banco Central (BC) podem dar um choque de realidade”, diz Leal, referindo-se ao Relatório trimestral de inflação, que será divulgado na próxima quinta (29).
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “por mais que os dados tenham sido positivos, acima da expectativa do mercado, isso pode dificultar um pouco a missão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de controlar a inflação. É inevitável que a gente tenha uma recessão nos Estados Unidos”.
Komura refere-se aos índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), de setembro, que foram de 49,2 pontos (Serviços) e de 51,8 pontos (Indústria), ambos acima das expectativas de 45,3 pontos e 51,2 pontos, respectivamente.
“Além da política monetária cada vez mais restritivas dos bancos centrais, em especial o da Inglaterra, os PMI vieram muito ruins e devem fortalecer o dólar”, analisa Komura.
A estrategista de câmbio e economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, entende que não havia sentido na queda do dólar nos últimos dias, e que o comportamento observado hoje é mais condizente com a realidade global.
O PMI industrial e de serviços da zona do euro foram 48,5 pontos e 48,9 pontos, respectivamente. Alemanha (45,4 pontos em serviços e 48,3 pontos na indústria) e Reino Unido (48,5 pontos na indústria e 49,2 pontos em serviços) também demonstraram fraco desempenho. Abaixo de 50 pontos, o indicador aponta para atividade econômica menos aquecida.
Apesar da boa performance durante a semana, Komura entende que o movimento de aversão global ao risco, observado hoje com mais intensidade, inevitavelmente irá afetar o real.
As informações partem da Agência CMA.
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Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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