Porto Alegre, 19 de junho de 2020 – O dólar comercial fechou em queda de 0,96% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3180 para venda, em mais uma sessão de volatilidade. Uma correção técnica local e o melhor desempenho das moedas de países emergentes levaram a moeda estrangeira a interromper uma sequência de sete altas seguidas.
O analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, destaca a volatilidade da sessão no qual a moeda “operou sem força” na primeira parte dos negócios. “Foi somente na segunda parte da sessão que a divisa realmente definiu sua tendência, com forte recuo e rompendo os R$ 5,30, com o dólar encontrando espaço para uma correção diante das fortes altas das últimas sessões”, comenta.
Na semana, porém, a moeda avançou 5,39% diante do oitavo corte seguido da taxa básica de juros (Selic) no menor piso histórico, a 2,25% ao ano. No comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que deverá promover um ajuste “residual”, possivelmente, na próxima reunião – em agosto – no qual analistas apostam em taxa a 2,00%.
A equipe econômica do Bradesco diz que, por ora, veem manutenção da taxa. “Mas reconhecemos que as próximas decisões de juros serão cada vez mais dependentes dos dados. Ao reduzir a taxa, o Copom apontou que a magnitude de estímulo monetário já implementado parece ser compatível com impactos econômicos da pandemia [do novo coronavírus]. Contudo, o BC não fechou as portas para novas quedas, ainda que tenha sinalizado que um eventual ajuste futuro é incerto e será ‘residual'”, avaliam os economistas do banco.
Na próxima semana, a agenda de indicadores terá dados relevantes como a prévia dos dados da indústria e de serviços dos Estados Unidos em junho, além da terceira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre. Aqui, o destaque fica para a ata do Copom e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). “A ata e o RTI poderão trazer sinais adicionais sobre os próximos passos da Selic”, diz a equipe do Bradesco.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, apesar da agenda, o ambiente político doméstico e a relação entre Estados Unidos e China, “que muda a todo momento”, podem pesar mais na precificação dos ativos. Analistas reforçam que investidores seguirão atentos aos números da covid-19 na China e nos Estados Unidos, o que ainda alimenta o temor de uma segunda onda de contaminação.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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