Porto Alegre, 23 de maio de 2022 – O dólar comercial fechou em R$ 4,807 para venda, com desvalorização de 1,31%. O desempenho da moeda americana no exterior, recuando frente a maioria das moedas, com ênfase na comparação com as unidades dos países emergentes, determinou a forte queda no início de semana.
Uma combinação de notícias assegurou a baixa do dólar. O afrouxamento da política covid zero na China, favorecendo a demanda e o preços das commodities, e a perspectiva de aumento dos juros na Europa foram os fatores que lideraram o cenário de pressão sobre o dólar.
Segundo o head de análise macroeconômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, as moedas emergentes performaram bem, em especial o real, que é beneficiado pelo preço das commodities. Na avaliação de Serrano, as taxas de juros convidativas e a melhora da percepção fiscal doméstica, com recordes de arrecadação tanto no âmbito estadual quanto no federal, completaram o quadro positivo.
Serrano acredita que o Brasil é beneficiado pela reabertura da China, que é um dos principais parceiros econômicos do país, e que o valor do dólar está dentro do esperado. “A partir de agora é mais difícil prever para onde ele vai”, ressalva.
Para o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “a Europa sinalizando o aumento dos juros retém euro e enfraquece o dólar”. Nagem também atribuiu este cenário favorável não apenas ao real, mas também às outras emergente, e entende que caso o quadro não se altere a moeda estadunidense pode atingir R$ 4,60.
O Banco Central Europeu (BCE) deve tirar sua taxa de depósito do território negativo atual até o final de setembro e poderá aumentá-la ainda mais se prever que a inflação vai se estabilizar próxima à meta de 2%, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta segunda-feira (23).
“Com base na perspectiva atual, provavelmente estaremos em posição de sair das taxas de juros negativas até o final do terceiro trimestre”, disse Lagarde em um post no blog do BCE.
A taxa de depósito do BCE está atualmente em -0,5%, o que significa que os bancos são cobrados para deixar dinheiro na instituição. O BCE manteve esta taxa negativa desde junho de 2014, uma vez que o banco central lutou por anos contra uma inflação baixa demais.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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