Doenças no mundo trazem boas oportunidades ao Brasil no setor carnes – Boehringer Ingelheim

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     Porto Alegre, 27 de abril de 2020 – Doenças como a peste suína africana, que provocaram uma redução brutal no rebanho comercial da China, têm trazido boas oportunidades para a produção animal em países exportadores, entre eles o Brasil, segundo a avaliação do diretor de Grandes Animais da Boehringer Ingelheim, Nivaldo Grando, em entrevista à Agência SAFRAS.

    Grando lembra que, em 2019, as vendas de carne suína produzida no País alcançaram 750,3 mil toneladas, volume 16,2% maior ao registrado em 2018, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ainda assim, a demanda é muito superior à oferta, fazendo com que a procura por outros tipos de proteína também aumente, como é o caso da carne de frango. Ao todo, 4,212 milhões de toneladas foram exportadas no ano passado, volume 2,8% superior em relação a 2018.

     Para o boi gordo, Grando entende que as cotações da arroba sinalizam também um momento de alta no mercado nacional. “Desde o fim de 2019, os preços se elevaram bastante, chegando acima de R$ 230, devido, principalmente, à grande demanda asiática, e aos estoques mundiais operando em baixa. Esses valores seguem em um patamar alto, acima de R$ 200 nas praças de São Paulo”, afirma.

     Outro exemplo interessante, conforme Grando, é a balança comercial de março de 2020. Nela, foi registrada uma alta de 13,3% nas exportações do agronegócio, se comparada a março do ano passado, fazendo com que atingisse um superávit de US$ 8 bilhões, com participação do agro em 48,3% das exportações totais brasileiras. A carne bovina in natura foi responsável por US$ 555 milhões desta soma.

     Com esses números, o produtor brasileiro tem motivos para, apesar da crise, manter seu negócio em alta e colocar a mão na massa. “As perspectivas para 2020 são positivas, afinal a China habilitou novas plantas brasileiras em novembro do ano passado e ainda não há uma indicação clara de definição no quadro de PSA na Ásia. Diante deste cenário, os produtores têm o desafio ainda maior de reforçar suas práticas de segurança na propriedade e adotar ferramentas para os animais atingirem o seu potencial genético com saúde e conforto, de acordo com as exigências de cada espécie, livres de estresse. Isso inclui boas práticas de manejo, transporte e abate, que aumentam a produtividade e fazem os animais alcançarem os indicadores técnicos sem sofrimento”, sinaliza.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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