Porto Alegre, 2 de junho de 2023 – O mercado brasileiro de frango encerrou o mês de maio com preços mais baixos nos principais cortes negociados no atacado e distribuição. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o cenário é consequência do descompasso entre oferta e demanda.
De acordo com Iglesias, a queda dos custos de nutrição animal permanece presente no mercado, consequência do recente comportamento dos preços do milho no mercado doméstico. “Esse movimento permitirá melhora da margem setorial, mesmo com os preços do frango vivo fragilizados”, pontua.
Ainda de acordo com o analista, o Brasil segue em alerta, por conta da Influenza Aviária. “O país mantém vigilância acirrada para evitar a propagação da doença. Nesse sentido, o status de emergência zoossanitária é fundamental para tornar o combate à doença mais efetivo”, explica. “Mais uma vez, vale mencionar que o Brasil é extremamente rigoroso nas normas de biosseguridade, o que reduz a possibilidade de problemas mais graves em granjas comerciais”, ressalta Iglesias.
Em relação ao mercado atacadista, o analista destaca que há pouco espaço para recuperação dos preços, mesmo na primeira quinzena de junho. “Basicamente, o setor convive com sintomas de grande volume de produto ofertado. Essa situação não se restringe apenas a carne de frango, pois também há maior disponibilidade de carne bovina e suína”, diz.
A parte da população que desfruta de uma maior renda, segundo Iglesias, passa a consumir de maneira mais ativa a carne bovina em seu cardápio, influenciando na formação de preço das demais carnes.
“Exportações seguem em ótimo nível, com grande volume embarcado. A queda dos preços médios é variável importante neste momento. No entanto, é necessário manter o ritmo de embarques, diante da proporção da produção brasileira”, finaliza.
Exportações
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 786,951 milhões em maio (22 dias úteis), com média diária de US$ 35,770 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 402,769 mil toneladas, com média diária de 18,307 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.953,90.
Em relação a maio de 2022, houve queda de 5,8% no valor médio diário, ganho de 0,8% na quantidade média diária e recuo de 6,6% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Preços internos
Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo do mês. O preço do quilo do peito no atacado subiu de R$ 7,40 para R$ 7,50, o quilo da coxa decaiu de R$ 6,60 para R$ 6,40 e o quilo da asa avançou de R$ 10,15 para R$ 10,20. Na distribuição, o preço do quilo do peito cresceu de R$ 7,60 para R$ 7,70, o quilo da coxa recuou de R$ 6,80 para R$ 6,60 e o quilo da asa aumentou de R$ 10,30 para R$ 10,45.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário no mês também apresentou alterações nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito teve alta de R$ 7,50 para R$ 7,60, o quilo da coxa desvalorizou de R$ 6,70 para R$ 6,50 e o quilo da asa teve aumentou de R$ 10,25 para R$ 10,30. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve valorização de R$ 7,70 para R$ 7,80, o quilo da coxa teve declínio de R$ 6,90 para R$ 6,70 e o quilo da asa passou de R$ 10,40 para R$ 10,55.
O levantamento mensal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo recuou de R$ 4,80 para R$ 4,70 e em São Paulo de R$ 4,80 para R$ 4,60.
Na integração catarinense, a cotação do frango se manteve em R$ 4,30. Na integração do oeste do Paraná, o quilo vivo recuou de R$ 4,85 para R$ 4,65 e na integração do Rio Grande do Sul de R$ 4,80 para R$ 4,55.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 4,75. Em Goiás, os preços registraram declínio de R$ 4,80 para R$ 4,70 e no Distrito Federal de R$ 4,80 para R$ 4,70.
Em Pernambuco, o quilo vivo desvalorizou de R$ 5,50 para R$ 5,40, no Ceará de R$ 5,50 para R$ 5,40, no Pará, de R$ 5,60 para R$ 5,50.
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Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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