Porto Alegre, 18 de dezembro de 2020 – O desinteresse demonstrado pelos agentes de ambas as pontas do mercado limitou a movimentação com trigo no Brasil na semana.
Segundo o analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, as indústrias que não têm necessidade de aquisição imediata preferem ficar na defensiva diante da possibilidade de uma retração mais acentuada da taxa de câmbio oportunizar momentos mais atrativos para a aquisição do cereal.
No outro lado, com boa parte da safra negociada no Paraná e com um quadro ajustado no Rio Grande do Sul, os triticultores dos dois maiores estados produtores nacionais estão reticentes em aceitar as ofertas de preços indicadas pelos compradores. “Quem não negociou até o momento geralmente é porque não tem problemas de caixa e, diante do longo período de entressafra, considera que poderá encontrar preços mais atrativos. Vale lembrar que aos atuais níveis de preços o cereal brasileiro gera uma boa margem em relação ao custo de produção”, salientou Bento.
Na quinta-feira, a indicação de compra ficou entre R$ 1.200 e R$ 1250 por tonelada no Paraná e de R$ 1.200 por tonelada no FOB do Rio Grande do Sul.
Argentina
O Ministério da Agroindústria da Argentina estimou, em seu relatório de dezembro, que a produção de trigo da Argentina na safra 2020/21 deve atingir 17 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 13,9% ante as 19,75 milhões de toneladas colhidas na temporada 2019/20. Não houve mudanças em relação ao volume previsto em
novembro.
A área de trigo na safra 2020/21 do país deve ocupar 6,7 milhões de hectares, recuando 2,9% em relação aos 6,9 milhões de hectares plantados na temporada anterior (2019/20). Em novembro, a área havia sido indicada também em 6,7 milhões de hectares.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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