Porto Alegre, 31 de maio de 2024 – O mês de maio foi bastante agitado para o mercado de arroz, após as inundações que assolaram o Rio Grande do Sul, trazendo consequencias para as lavouras não colhidas. A recente autorização do Governo Federal para a importação de até 300 mil toneladas de arroz branco, em leilão marcado para o dia 6 de junho, também centrou as atenções.
A medida, anunciada na terça-feira (28), permite que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adquira arroz destinado a pequenos varejistas e grandes redes de supermercados, com despesas limitadas a R$ 1,7 bilhão.
Conforme o analista a consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a cadeia produtiva tem reagido com críticas, defendendo um “marketing mais ético” que valorize o produto gaúcho, especialmente após as recentes tragédias climáticas no estado. “A proposta é que, ao invés de focar nas importações, os esforços deveriam ser direcionados para escoar a safra nacional com isenção de impostos”, relata.
”Apesar das perdas na safra do Rio Grande do Sul, o balanço de oferta e demanda de arroz no Brasil permanece similar aos anos anteriores, com condições de estoques de passagem acima de 1 milhão de toneladas, indicando que as intervenções governamentais podem ser desnecessárias”, pondera Oliveira.
O mercado, segundo o consultor, está atento aos impactos dessa medida governamental, que pode afetar os preços e a percepção do valor do arroz nacional. “A decisão de importação em um momento de perdas locais pode gerar consequências negativas para a cadeia produtiva brasileira e influenciar nas decisões futuras de safra”, acredita.
A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quarta-feira (29) cotada a R$ 120,80, apresentando um avanço de 1,02% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma alta de 13,55%. E um aumento de 46,14% quando comparado ao mesmo período de 2023.
Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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