Demanda normaliza, mas dólar mantém preço do arroz aquecido

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     Porto Alegre, 17 de julho de 2020 – O mercado brasileiro de arroz encerrou a terceira semana de julho com preços firmes. Na média do Rio Grande do Sul, estado referência para o Brasil, a indicação de preço ficou em R$ 64,85 por saca de 50 quilos no dia 16 de julho, ante R$ 63,32 no dia 9. Em 30 dias, a alta acumulada era de 5,67%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a diferença era 50,31% positiva.

     Em meados de março, o arroz começou a sua escalada de preços, com a corrida da população aos supermercados em busca do alimento básico, após o novo coronavírus ser classificado como pandemia. E isso ocorreu em um momento que, historicamente, as cotações são pressionadas pela entrada da safra brasileira.

     Agora, com a demanda voltando a níveis considerados normais, a força do dólar frente ao real mantém o cereal com preços aquecidos. “O atual patamar da moeda norte-americana, em torno de R$ 5,30, encarece as importações de arroz, ao mesmo tempo que deixa o Brasil competitivo no mercado exportador”, lembra o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.

     De acordo com o novo levantamento de intenção de plantio realizado por SAFRAS & Mercado, divulgado nesta sexta-feira (17), a área a ser plantada com arroz no Brasil na temporada 2020/21 está estimada em 1,951 milhão de hectares, o que representa um acréscimo de 5% em relação à da safra anterior, quando somou 1,859 milhão de hectares. O potencial de produção brasileiro é de 12,248 milhões de toneladas, 3,6% superior às 11,826 milhões de toneladas da safra 2019/20.

     Conforme o analista, com o preço favorável do arroz, os produtores devem elevar a área de plantio em praticamente todos os estados do Brasil. “Com dois estados devendo receber atenção especial, o Rio Grande do Sul e o Tocantins”, destaca.

     No Rio Grande do Sul, maior produtor do país, muitos rizicultores elevarão significativamente a área de plantio, principalmente na região da fronteira oeste. “A área deve voltar a ultrapassar um milhão de hectares no estado, após ter ficado abaixo na última temporada depois de muitos anos”, lembra Viana.

     “Tocantins é o terceiro maior produtor de arroz no Brasil e se encaminha para ser o segundo nos próximos anos”, aposta Viana. A região da Lagoa da Confusão vem atraindo produtores, que seguem elevando suas áreas de produção nas últimas temporadas. “A produtividade da região é muito alta e os ótimos preços praticados nas últimas duas temporadas devem manter o incentivo para que produtores sigam elevando área e investindo em tecnologias para produção de um arroz mais resistente ao clima e às pragas comuns da região”, explica

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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