Porto Alegre, 23 de dezembro de 2021 – O ano de 2021 foi muito especial para a avicultura de corte brasileira, com uma demanda forte tanto no cenário doméstico quanto na exportação. “O setor conseguiu avanços importantes, em meio a um cenário complicado. Os custos de nutrição animal foram um empecilho enorme, considerando a curva de preços para as principais commodities agrícolas utilizadas no arraçoamento animal, como o milho e o farelo de soja”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias.
Segundo Iglesias, mesmo em um cenário adverso, o setor expandiu sua produção com ineditismo, a partir de um alojamento de pintos de corte recorde. “Com a economia debilitada ao longo do ano, era bastante óbvio que o consumidor brasileiro direcionaria sua demanda para proteínas mais acessíveis. Nunca se comeu tanta carne de frango no Brasil como em 2021”, pontua.
Na avaliação de Iglesias, o ano também foi espetacular para as exportações, com um ótimo resultado dos embarques, que devem bater um novo recorde. “Diferentemente de outras proteínas, como a carne bovina e a suína, a melhor notícia é que a carne de frango conta com uma menor dependência em relação à China. O embarque halal ocupa um papel importante com o Brasil se mantendo líder inconteste nesta segmentação de mercado”, avalia.
Iglesias sinaliza que os preços da carne de frango demonstraram enorme potencial para reajustes em grande parte de 2021, com a boa resposta em termos de demanda. A exceção ficou com o último trimestre, quando os efeitos do excesso de oferta proveniente dos alojamentos começaram a se fazer presentes, levando a um quadro de queda nos preços, especialmente no atacado e na distribuição. “Essa retração, no entanto, não chega a ser ruim do ponto de vista do consumidor, que pode contar com a carne de frango como uma alternativa frente às aves natalinas, que apresentam patamares de preços bem maiores em 2021 na comparação com o ano anterior”, finaliza.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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