Porto Alegre, 19 de julho de 2024 – O mercado de feijão carioca apresentou um viés de queda nas cotações nas regiões produtoras, com compradores determinados a buscar ofertas mais baixas nesta semana. Na madrugada de segunda-feira, o aumento na oferta de mercadoria extra, especialmente de grãos de escurecimento lento, adicionou pressão sobre os preços.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, os compradores, ainda retraídos, acompanharam o mercado sem realizar compras significativas. Na madrugada de terça-feira, a única transação registrada foi a venda de um lote comercial nota 8, demonstrando a cautela dos compradores.
Na metade da semana, tradicionalmente um dos melhores dias de comercialização, o movimento de compradores foi fraco, com a venda limitada a um lote de feijão carioca extra nota 9 de escurecimento lento. O montante total ofertado foi restrito, reflexo da cautela dos vendedores diante da fraca demanda. Com cotações mais atrativas, os agentes esperam melhores negócios ao longo do dia. No pós-pregão da quarta-feira, alguns negócios foram reportados, reduzindo as sobras para a madrugada de hoje.
No pós-pregão de quinta-feira, a zona cerealista de São Paulo registrou algumas movimentações pontuais. Rumores indicam a negociação de uma carga da cultivar Dama (8,5) a R$ 255,00 por saca, outra Dama (8) a R$ 200,00 por saca, uma Sabiá (8) a R$ 180,00 por saca e uma Sabiá (7) a R$ 170,00 por saca. A demanda por produto extra continua retraída, dificultando a precificação e o diálogo entre as partes.
“A falta de dinamismo é evidente, com pouca disposição para negociar entre compradores e vendedores. Os contatos com os compradores ocorrem ao longo do dia, devido à oferta de amostras. Os grãos padrão extra mantêm pedidas de no máximo R$ 300,00 por saca, mas a cautela dos compradores e a baixa demanda mantêm o mercado estável, sem pressões significativas para ajustes de preços”, disse.
Feijão preto
Assim como o feijão carioca, os vendedores estão oferecendo melhores condições para melhorar o escoamento do feijão preto. “Esse movimento reflete a tentativa de ajustar as estratégias de preços para atrair compradores em um cenário de demanda enfraquecida. Há rumores de uma carga de feijão preto extra com negócios avançados na faixa de R$ 280,00 a R$ 290,00 por saca. No entanto, sem confirmações oficiais, esses valores permanecem como indicações nominais”, observou Oliveira.
No geral, o mercado de feijão preto continua praticamente parado, com preços sob forte pressão baixista devido ao elevado excedente de produção e à demanda retraída. Apesar dessa pressão baixista, as cotações encontram certa sustentação pela desvalorização do real frente à moeda americana, influenciando positivamente as exportações e aliviando parcialmente o excesso de oferta interna. O longo período de entressafra, que se estende até dezembro, também contribui para a manutenção dos preços em níveis menos voláteis.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News
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