Demanda doméstica do algodão dá suporte às cotações e movimentação é pontual

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     Porto Alegre, 18 de agosto de 2023 – O algodão voltou a cair em Nova York (ICE Futures US), com posição dezembro/23, que serve de referência para a precificação da safra brasileira fechando a quinta-feira (17) a 83,61 centavos de dólar por libra-peso. As incertezas econômico-financeiras no mercado internacional pesam contra a fibra natural. Já no mercado nacional, a demanda doméstica vem dando suporte às cotações. Ao longo da semana, houve uma movimentação conforme necessidade pontual, tanto do comprador, como do vendedor, informou a SAFRAS Consultoria.

     Na quinta-feira (17), o valor pago pelo algodão posto na indústria de São Paulo girou na faixa de R$ 4,05/libra-peso, o mesmo valor de uma semana atrás. No FOB de Santos, a pluma de algodão encerrou cotada a 78,95 centavos de dólar ante 80,56 centavos de dólar da quinta-feira passada (10), o que correspondendo a uma queda de 1,99%. Diante disso, o prêmio referencial no porto de Santos está indicado em -4,66 centavos/libra-peso. Há uma semana era -4,79 centavos/libra-peso e há um mês era R$ -4,01 centavos/libra-peso contra ICE US.

     A produção mundial de algodão 23/24 (agosto/julho) recuou para 24,85 milhões de toneladas, segundo relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Um ajuste negativo de 2,3% em relação a previsão de julho. E com isso, o mundo deve produzir 3,5% menos algodão em pluma que na temporada 2022/23. O principal motivo para o corte na produção foi a menor safra dos EUA.

     De acordo com o analisa e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a pouca chuva e, principalmente, a temperatura muito elevada têm resultado em depreciação das condições das lavouras de algodão dos EUA, especialmente no estado do Texas, maior produtor. Houve um corte na área de 9,6%, passando de 3,86 para 3,49 milhões de hectares. Mesmo com o corte, a área ainda é 18% superior a temporada passada.

     “Em todo caso, a redução junto a revisão para baixo nas projeções de produtividade fez o USDA cortar o potencial da próxima safra norte-americana de algodão para 3,05 milhões de toneladas, uma queda de 15% em relação a projeção de julho, que leva a uma quebra de 3,3% em comparação a safra anterior”, explica o analista. “É bom ressaltar que a safra foi duramente castigada por seca e abandono das lavouras”, lembra Barabach.

Colheita da safra 22/23

     A colheita da safra 2022/23 avançou 12 pontos percentuais e chega a 52% até o último dia 11 de agosto, segundo levantamento da Abrapa. Na Bahia, segundo maior estado produtor do país, os trabalhos chegam a 60% da área plantada.

     No Mato Grosso a colheita responde por 47% do total da área. Os dois estados juntos correspondem a 90% do total da área plantada com algodão no Brasil. Já o beneficiamento do algodão que estava em 9,99% na semana passada subiu para os atuais 13% e segue em ritmo muito lento, o que acaba limitando a disponibilidade física de algodão novo no mercado.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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