Demanda chinesa acelera exportações de carne suína do Brasil

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     Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2020 – As exportações de carne suína do Brasil (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 68,5 mil toneladas em janeiro, segundo levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 41% superior ao registrado no primeiro mês de 2019, quando foram embarcadas 48,5 mil toneladas. A receita das vendas foi de US$ 164,1 milhões, resultado 78,9% maior que saldo registrado em janeiro de 2019, com US$ 91,7 milhões.

     A China se manteve como carro-chefe das exportações brasileiras.  Destino de 30,6 mil toneladas (45% do total), o país asiático cresceu suas importações em 252% na comparação com o mesmo período do ano passado, com 8,7 mil toneladas.

     “A demanda chinesa se manteve elevada ao longo do mês de janeiro.  É um fator importante no impulso das exportações brasileiras”, analisa Francisco Turra, presidente da ABPA.

     Outros mercados também mantiveram o ritmo das vendas. É o caso de Hong Kong, cuja importações aumentaram 93% no mesmo período comparativo. Vietnã também elevou as importações em 330%.

     “Apesar da notável influência chinesa, outros destinos da Ásia e da América do Sul ajudaram a manter a forte alta do resultado mensal, que é o maior saldo histórico já registrado durante o mês de janeiro e acena para um resultado positivo em 2020”, analisa Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.

     China

     A epidemia de coronavírus na China tem atrasado o lançamento de novas unidades de criação de porcos e colocado ainda mais pressão sobre a oferta e os preços da carne suína, segundo fonte do governo daquele país

     Segundo o Departamento de Pecuária e Veterinária do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, o surto do vírus interrompeu entregas de rações e suprimentos veterinários vitais para os criadores e atrasou o retorno ao trabalho de funcionários.

    A oferta de carne suína da China caiu 21,3% em 2019 como resultado de um surto de peste suína africana que forçou autoridades a sacrificar 390 mil porcos, segundo Kong. Agora, a crise com o coronavírus interrompeu esforços estatais por uma retomada da indústria.

     A China liberou 10 mil toneladas de carne suína congelada das reservas estratégicas estatais para abastecimento em Hubei. O país também pretende elevar importações para aliviar a escassez.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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