Demanda arrefece e preços do suíno despencam no Brasil

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     Porto Alegre, 20 de maio de 2022 – O mercado brasileiro de suínos segue bastante fragilizado, com um cenário de arrefecimento na demanda, o que contribuiu para uma queda abrupta nos preços tanto do quilo vivo quanto dos principais cortes negociados no atacado.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o mercado não consegue encontrar um ponto de sustentação neste momento em meio a fatores como o crescimento da oferta e o ambiente de negócios truncado. “Os frigoríficos estão retraídos nas negociações envolvendo o suíno vivo, avaliando que os estoques estão cheios e que o escoamento da carne deve encontrar dificuldade no curto prazo conforme as famílias vão ficando menos capitalizadas” avalia.

    Maia diz que o momento segue muito difícil para a atividade. “Para fugir de custos e margens negativas, uma parcela dos suinocultores optam por acelerar as vendas de animais, o que acaba impactando preços. O setor precisa se organizar, tanto no que tange aos integrados quanto aos produtores independentes, na busca de um ajuste produtivo. Somente assim o mercado conseguirá encontrar um ponto de equilíbrio no médio e longo prazo”, analisa.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou a média de preços do quilo vivo no país recuou 5,06% na semana, passando de R$ 5,48 para R$ 5,21. A média preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu 3,96%, de R$ 9,37 para R$ 9,00. A carcaça teve baixa de 5,20%, passando de R$ 8,90 para R$ 8,44.

     Maia destaca ainda que os dados preliminares de embarques mostraram números fracos para os volumes de carne suína fresca, refrigerada ou congelada exportadas pelo Brasil até a segunda semana de maio.

     As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 78,486 milhões em maio (10 dias úteis), com média diária de US$ 7,848 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 33,357 mil toneladas, com média diária de 3,335 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.352,90.

     Em relação a abril de 2021, houve baixa de 30,8% no valor médio diário da exportação, perda de 23,3% na quantidade média diária exportada e

desvalorização de 9,7% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo passou de R$ 115,00 para R$ 110,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,10. No interior do estado a cotação mudou de R$ 5,40 para R$ 5,05.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração permaneceu em R$ 5,10. No interior catarinense, a cotação baixou de R$ 5,40 para R$ 4,95. No Paraná o quilo vivo passou de R$ 5,45 para R$ 5,05 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo continuou em R$ 5,30.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande recuou de R$ 5,30 para R$ 4,90, enquanto na integração o preço continuou em R$ 5,00. Em Goiânia, o preço baixou de R$ 6,00 para R$ 5,60. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno passou de R$ 6,30 para R$ 5,80. No mercado independente mineiro, o preço caiu de R$ 6,40 para R$ 5,90. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis retrocedeu de R$ 5,20 para R$ 4,95. Já na integração do estado o quilo vivo seguiu em R$ 5,00.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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