São Paulo, 23 de junho de 2025 – O acompanhamento diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontou, nesta segunda-feira, que os preços do litro da gasolina e do diesel nas principais refinarias do País estavam defasados em 9% e 18%, em média, em relação aos preços destes combustíveis no exterior, ante 7% e 17% mais baratos na última sexta-feira (20). As variações de hoje correspondem a diferenças de -R$ 0,24 na gasolina e -R$ 0,58 no diesel, respectivamente, de -R$ 0,19 e -R$ 0,56, na mesma base de comparação.
Em relação ao cenário que explica essas variações, a entidade disse que “apesar da estabilidade no câmbio, os preços de referência da gasolina e, principalmente, do óleo diesel permanecem valorizados no mercado internacional no fechamento do dia útil anterior, o cenário médio de preços está abaixo da paridade para a gasolina e para o óleo diesel”, comentou a Abicom, no relatório de hoje.
A taxa de câmbio Ptax, calculada diariamente pelo Banco Central, fechou na última sessão operando em patamar elevado (no fechamento, em R$ 5,51) e pressionando os preços domésticos dos produtos importados, acrescentou a associação. A entidade também registrou que a oferta de apertada de petróleo segue pressionando os preços futuros da commodity. Na manhã desta segunda-feira, os futuros do Brent eram negociados acima dos U$ 78 por barril.
Já nos polos operados pela Petrobras, por sua vez, a Abicom indicou que o preço da gasolina estava 9% mais baixo (-R$ 0,26) que o preço do combustível no exterior, em média, enquanto o do diesel nos polos da companhia estava -19% abaixo (-R$ 0,61) do preço de paridade de importação (PPI), em média, na mesma base de comparação, praticamente em linha com o registrado pela entidade na sexta-feira (20), sendo -8% (-R$ 0,21) na gasolina e -19% (-R$ 0,60) no diesel.
O PPI foi desenvolvido e é atualizado em parceria pela Abicom com a StoneX Brasil para os dados dos valores de referência para gasolina, óleo diesel, câmbio, RVO e frete marítimo considerando os fechamentos do mercado do último pregão (sexta-feira, 20). Outro parâmetro usado para a comercialização desses combustíveis pelos importadores brasileiros é o preço praticado no Golfo do México.
A medição de hoje ocorreu 49 dias após a vigência da redução linear média de R$ 0,16 por litro no diesel S10 pela Petrobras, em 6 de maio. Já a gasolina está 21 dias sem reajuste, desde o corte linear médio de R$ 0,17 por litro pela Petrobras, em 3 de junho.
Na última quarta (18), a Acelen, no Polo Aratu-BA, aumentou o preço do óleo diesel A em R$ 0,0970 por litro, e reduziu o preço da gasolina A em R$ 0,0700 por litro. Com isso, os preços médios de ambos os combustíveis operam abaixo da paridade em todos os polos analisados.
Por fim, a Abicom ressalta que as defasagens indicadas no relatório refletem as comparações dos preços das refinarias nacionais de hoje com o PPI calculado considerando os fechamentos dos mercados, não considerando os valores do óleo diesel importado da Rússia, que podem chegar nos portos brasileiros com descontos variáveis. Os estoques atuais estão precificados em bases diferentes que podem ser mais altas ou baixas.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
Copyright 2025 – Grupo CMA
