Decisão do produtor segurar soja e vender milho derruba preços do cereal

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     Porto Alegre, 25 de março de 2022 – Mesmo com uma oferta apertada no mercado brasileiro e com o país tendo movimentação interessante de exportação, os preços do milho seguiram caindo forte nesta semana no país. A decisão de venda crescente de volumes do cereal pelo produtor vem derrubando os valores. As cotações vão caindo, com o produtor preferindo segurar a soja e vender o milho.

     O consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, em sua participação no 3º SAFRAS Agri Week, evento on line e gratuito que ocorreu entre 22 e 24 de março, destacou que essa decisão de venda do produtor vem mexendo muito com o mercado. O produtor tem segurado a soja e vendido milho para fazer caixa. Por outro lado, as exportações estão ativas, e com 1,5 a 2,0 milhões de toneladas que se espera de exportações em março, abril e maio, isso pode ajudar a sustentar o mercado.

     Ele comentou que a comercialização está lenta da safrinha que será colhida no segundo semestre. Se o produtor se mantiver segurando a soja, na entrada da safrinha pode haver muita oferta vindo ao mercado dependendo da decisão de venda. “Por isso, precisamos muito dessa exportação para tirar 35 a 40 milhões de toneladas”, ressaltou.

     “Para o milho subir no 2º semestre, precisamos de 3 fatores: o câmbio para puxar preços nos portos, uma super quebra de safrinha e problema na safra americana”, indica. Com uma safra americana normal e safrinha dentro do normal, o segundo semestre é de pressão, sempre dependendo da importante decisão de venda do produtor. “Mas, se tivermos uma quebra da safra americana, por exemplo, os preços podem explodir”, alertou.

     No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 17 e 24 de março, o milho em Campinas/CIF na venda caiu de R$ 109,00 para R$ 98,00 a saca, com queda de 10,1%. Na região Mogiana paulista, o cereal na venda recuou de R$ 103,00 a saca para R$ 92,00 a saca, queda de 10,7%.

     Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço recuou de R$ 104,00 para R$ 94,00 a saca, desvalorização de 9,6%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação baixou de R$ 95,00 para R$ 82,00, -13,7%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o valor caiu de R$ 107,00 a saca para R$ 99,00, perda de 5,8%.

      Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação caiu de R$ 97,00 para R$ 93,00 a saca, baixa de 4,1%. Em Rio Verde, Goiás, o mercado caiu de R$ 93,00 para R$ 84,00, queda de 8,7%.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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