Dados de exportação e defesa do Funcafé foram destaques no Brasil

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    Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2020 – O Brasil exportou 3,2 milhões de sacas de café em janeiro, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. A receita cambial foi de US$ 438,14 milhões e o preço médio da saca de café foi de US$ 136,00, apresentando ligeiro crescimento de 1,7% em relação a janeiro do ano passado. Os foram publicados nesta semana pelo Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

     Comparando os dados de janeiro deste ano a dezembro de 2019, o volume das exportações cresceu 5,3%. A receita aumentou 11,7% e o preço médio subiu 6%. Com relação às variedades embarcadas, o café arábica representou 83,2% do volume total de café exportado em janeiro, com 2,7 milhões de sacas embarcadas. O café solúvel representou 9,8% dos embarques no mês, com 315,3 mil sacas exportadas, registrando aumento de 28,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já o café conilon (robusta) representou 6,9% de participação nas exportações, equivalente a 223,8 mil sacas. Vale destacar que esta variedade de café também apresentou crescimento, de 48,6%, nas exportações comparando com o volume do café embarcado em janeiro de 2019.

CNC pede exclusão do Funcafé da PEC 187

    O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, participou nesta semana de audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal para debater a PEC 187/2019, que trata da desvinculação dos fundos públicos. Em depoimento, ele informou que há mais de 300 mil cafeicultores no Brasil, gerando R$ 25 bilhões de renda no campo e mais de US$ 5 bilhões anuais em exportações.

    Brasileiro anotou que a força da atividade vem, majoritariamente, do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), uma fonte exclusiva de financiamento do setor, com recursos usados para crédito, custeio, estocagem e fomento a indústria e exportação. “O Funcafé é uma das bases da política de garantia de renda para o café ao promover financiamentos para inovação e modernização, apoio à indústria, à exportação e para estocagem, permitindo que produtores e cooperativas não negociem nos momentos de baixa do mercado”, explica.

    O presidente do CNC completou que o fundo também propiciou investimentos superiores a R$ 250 milhões em ciência e tecnologia, elevando a produção, com qualidade, por meio do crescimento da produtividade e da redução da área destinada à cultura. Em defesa da preservação do Funcafé, Brasileiro anotou que se trata de um fundo ativo, com a aplicação de suas linhas de financiamento superior a 80%, além de possuir um índice próximo a 100% de execução das despesas discricionárias. Diante disso, o presidente do CNC solicitou a aprovação da Emenda nº 21, de autoria do senador Jorginho Mello, que retira o Funcafé da referida Proposta de Emenda à Constituição.

    Segundo ele, apesar de o Fundo representar “apenas” 2,7% no total de R$ 220 bilhões dos 248 fundos da União que seriam originalmente impactados pela PEC 187, os cerca de R$ 6 bilhões que a cafeicultura possui geram elevado impacto social e econômico nos estados onde são aplicados. “A atividade gera 8,4 milhões de empregos ao ano e o (Índice de Desenvolvimento Humano) IDH nos municípios onde é exercida é superior à média das cidades que não contam com a cafeicultura”, compara. Outra preocupação de Brasileiro é que, caso o Fundo seja extinto, seu patrimônio seria transferido à União e não mais seria aplicado exclusivamente na cafeicultura. “Isso é inconcebível, pois o Funcafé foi constituído com recursos confiscados dos próprios cafeicultores, visando à aplicação exclusiva no setor”, finaliza.

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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