Porto Alegre, 15 de janeiro de 2021 – O mercado do frango vivo apresentou queda dos preços em alguns estados nesta semana. O cenário permanece muito preocupante, considerando o encarecimento dos custos de nutrição animal. O recente comportamento do preço do milho pressiona as margens da atividade de maneira enfática. A avaliação é do analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
O mercado atacadista registrou queda nas cotações no decorrer da semana, consequência do excedente de oferta. “Para a carne de frango, a grande vantagem comparativa está no preço mais baixo em relação as proteínas concorrentes. A carne bovina está em patamar proibitivo. Em um cenário de descapitalização do consumidor médio, opta-se por proteínas que causem um menor impacto na renda média”, diz o analista.
China
Após a fraca performance do ano passado, os preços do frango na China se recuperaram levemente no final de 2020, refletindo o movimento sazonal e a substituição pela carne suína. Segundo relatório mensal do banco holandês, Rabobank, relativo a alimentos e agronegócio no país asiático, o preço de aves vivas ficou, em média, em 8 yuans por quilo no início de janeiro, alta de 4% mês a mês e 28% ano a ano.
Por outro lado, a demanda no resto do primeiro trimestre deve ser pressionada pelas medidas de quarentena implementadas em função da pandemia de covid-19, com escolas fechando mais cedo. “Esperamos que a demanda melhore na entrada do segundo trimestre, com a projeção de que negócios e a vida voltemao normal”, diz o documento assinado pela analista de proteína animal do banco, Chenjun Pan.
A distribuição de margens ao longo da cadeia produtiva deve continuar favorecendo o abate e o processamento em 2021, com o preços do frango vivo sofrendo pressão baixista em 2021 devido aos altos estoques de criadouros e à expectativa de continuidade do crescimento da produção de frangos.
As importações de aves atingiram máximas recorde em 2020, com 1,4 milhão de toneladas nos primeiros onze meses do ano. Os Estados Unidos registraram o maior crescimento, passando de zero a 25% das compras chinesas em 2020. Neste começo de 2021, as importações devem desacelerar, mas continuam num patamar de máximas históricas.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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